Com pistas de skate em más condições em Campo Grande, atletas pedem alternativas

Projeto de lei liberava prática em quadras poliesportivas, mas foi vetado

Ídolos como Rayssa Leal, a “fadinha do skate”, e o destaque dela e de outros atletas em competições internacionais, tem incentivado a prática do esporte em Campo Grande. Por outro lado, desanima a falta de locais adequados e com boa manutenção para isso.

A Câmara Municipal de Campo Grande havia aprovado o Projeto de Lei nº 10.711/22 para liberar skate, patins e patinete nas quadras poliesportivas de Campo Grande, ampliando o uso desses espaços.

Mas, ele foi vetado nesta quinta-feira (29) pela prefeita da Capital, Adriane Lopes (PP). A justificativa é as quadras poliesportivas não são recomendadas tecnicamente para a prática de esportes com equipamentos de rodas. Do ponto de vista da manutenção dos locais, haveria prejuízo também no desgaste da tinta do chão das quadras.

Condições inadequadas – Um grupo de atletas do skate que competiram há pouco em Cuiabá (MT), voltaram decepcionados ao saberem do veto na última sexta (30). Reynardt Peralta, que é um deles e preside a Associação do Skate de Mato Grosso do Sul, segue defendendo o uso das quadras poliesportivas como alternativa às pistas exclusivas para skates, que estão em condições inadequadas.

“O skate fica limitado nessas pistas, infelizmente. O chão áspero que a maioria tem, impede de performar bem e pode danificar o shape e as rodas”, explica Reynardt.

Como está a pista do Redondo, na Avenida Lúdio Martins Coelho

Outro fator é a segurança. “O skatista é muito insistente. Ele pratica muito uma manobra para evoluir nela. Existe o risco de cair e se machucar, e ele se multiplica em pistas deterioradas”, explica o presidente da associação.

Atualmente, há cerca de 250 skatistas associados em Campo Grande. Em todo o Estado, o número pode chegar a 500.

Onde estão as pistas – O ideal seria haver pistas de skates em todos os bairros, ainda mais no momento em que a prática se populariza. “Não temos em todos os lugares. Soube que tem projeto para ter nas [no Bairro] Moreninhas e [Bairro Recanto] dos Rouxinóis, mas até agora, nada”, afirma Reynardt.

Ele cita que as pistas de skate da Orla Morena, Parque Ayrton Senna, Praça Esportiva Belmar Fidalgo e do Parque das Nações Indígenas são as mais centrais na Capital. Contudo, todas não possuem boas condições para a prática. “E a da Orla é a pior de todas”, destaca.

Número de skatistas tem crescido na Capital 

Liberar a prática nas quadras poliesportivas seria uma forma de democratizar o acesso ao esporte, argumenta ainda Reynardt.

“Sabemos de atleta de Campo Grande que competiu em Roma. Ele se mudou daqui por faltar estrutura. Mas, nós vamos insistir porque o skate é um esporte olímpico, que tem trazido muitas conquistas para o Brasil e ainda existe preconceito em cima dele. É viável a prática nas quadras. Tem horários que não tem ninguém usando”, argumenta o presidente da associação.

Reformas – O presidente da Funesp (Fundação Municipal de Esportes), Odair Serrano, e as assessorias da pasta e da Prefeitura de Campo Grande foram procurados para comentar sobre as condições das pistas de skate da Capital. Foram questionados, ainda, se há previsão de reformas e construções de novos espaços para a prática. Não houve retorno até a publicação desta matéria.

O projeto de lei – A proposição é da autoria do vereador Epaminondas Vicente Silva Neto, o “Papy” (Solidariedade), e pode ter veto derrubado pelos vereadores.

Ao Campo Grande News, Papy informou que está tratando diretamente com a Funesp e com a prefeita o assunto, “para achar um caminho” para liberação do skate e patins em alguns parques e praças da Capital.

Assim, o parlamentar espera “incentivar a prática desportiva do skate, dos patins e do patinete como instrumentos de melhoria na qualidade de vida e integração social”, conforme defendeu no projeto de lei apresentado.

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