A concorrência no esporte torna o produto mais atrativo

O esporte é uma atividade diretamente associada à performance, à conquista, à vitória e à busca pelo resultado. Independentemente da fase ou da característica da prática desportiva (recreativa, educacional, de formação ou de alto rendimento), o esporte estimula a vontade de melhorar, aprender e superar desafios. Nesse contexto, diversos feitos de equipes, times, seleções e atletas são transformados em histórias que acompanham gerações, despertando a admiração e a emoção nas pessoas e transformando-as em consumidores.

Poucos ambientes de negócios são capazes de reproduzir tanta emoção por meio de conquistas surpreendentes e inesperadas. O esporte pode, especialmente quando consegue promover um cenário de maior equilíbrio e competitividade, ampliando o interesse do público pelo produto.

O crescimento do mercado consumidor no esporte está diretamente relacionado ao número de torcedores (ou fãs) acompanhando o time, o ídolo ou o evento. O consumidor compra produtos e serviços alimentado por desejos. O torcedor compra sonhos (de vitórias e títulos) alimentado pela paixão, um sentimento mais forte que o desejo. No esporte, acreditar é a demanda (de mercado) necessária e real. E sempre que essa demanda fica maior que a oferta, o negócio cresce. A oferta é o título ou a conquista, representados pelo troféu ou pelas medalhas, cuja quantidade apresenta uma restrição limitada a poucos.

Explorando a relação acima entre a demanda e a oferta, o esporte deveria ser uma concorrência perfeita. Em 1948, Friedrich Hayek já dizia que esse conceito é irreal. Entretanto, teria ele revisto suas ideias se tivesse vivenciado as emoções de um campeonato ou torneio imprevisível com vários concorrentes disputando o título? A racionalidade técnica dos estudos de Hayek seguramente não permitiriam, porém seria interessante ver o autor, com a camisa do seu time, sentado na arquibancada, esperando sair vitorioso daquele espetáculo.

Neste ano, o Brasileirão de Futebol Masculino está assim, atraindo milhões de olhares para uma disputa envolvente e acirrada entre vários concorrentes e com expectativa de decisão na última rodada. Quem ganha é o produto. Para a satisfação dos fãs de basquete, o NBB Caixa também. A temporada mal começou e está demonstrando o mesmo equilíbrio do futebol. Antes da décima rodada, o torneio não tem mais nenhuma equipe invicta, e todos já ganharam ao menos uma partida. Cenário bastante diferente de 2022/2023, quando a equipe do Sesi Franca quebrou todos os recordes de vitórias seguidas e levantou o troféu em todas as competições que disputou: Estadual, Copa Super 8, NBB, Basketball Champions League Américas (BCLA) e Copa Intercontinental, organizada pela Federação Internacional de Basquete (Fiba) e correspondente ao Campeonato Mundial.

Analisando pela perspectiva das cinco forças de Michael Porter, modelo criado quando ele era professor da Harvard Business School (1979), percebe-se a importância da relação entre essas forças na construção de um ambiente de negócios positivo e atraente. Analisando as ligas esportivas, tanto americanas quanto internacionais, percebe-se o dinamismo do ambiente com a rivalidade entre as equipes (concorrentes), a negociação dos atletas (fornecedores), a relevância dos fãs, patrocinadores e parceiros de mídia (negociação com compradores), a chegada de novas equipes (entrantes) e a atenção de outros eventos de entretenimento (produtos e serviços substitutos).

Com base nessa análise, o momento do NBB Caixa aponta para uma perspectiva positiva de desenvolvimento do ambiente de negócios porque a filosofia da liga trabalha a visão coletiva do fortalecimento da gestão dos clubes e do produto, dentro e fora de quadra. O resultado desse trabalho é o maior equilíbrio do campeonato e do ecossistema, incluindo os clubes, os atletas, os fãs, os patrocinadores e a mídia.

A experiência nos ginásios avança a cada ano com uma atmosfera vibrante, emocionante e descontraída. O acompanhamento dos jogos pelas plataformas de mídia está mais fácil com a distribuição de transmissões ao vivo na ESPN, no Sportv, na TV Cultura, no UOL, no Canal Goat, no Canal NBB no YouTube e nas demais plataformas digitais. Quem ganha com essa evolução é o consumidor, seja ele um torcedor aficionado ou um espectador.

Alvaro Cotta é diretor de marketing da Liga Nacional de Basquete (LNB) e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

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