Apesar de incerteza no Oriente Médio, preços do petróleo seguem estáveis, com influência do Brasil; entenda

Relatório da AIE destaca demanda em queda e oferta elevada como fatores que seguram preços da commodity

Quando a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022, o preço do petróleo saltou para mais de US$ 100 o barril.

Mas, apesar da ameaça de uma escalada das tensões no Oriente Médio e dos ataques aos transportes marítimos no Mar Vermelho, os mercados petrolíferos ainda não testemunharam movimentos tão drásticos desta vez.

Os preços do petróleo dispararam no mês passado, após ataques liderados pelos Estados Unidos contra alvos Houthi no Iêmen.

Os preços do petróleo têm enfrentado volatilidade à medida que Wall Street avalia a trajetória das taxas de juro, do dólar e dos conflitos geopolíticos.

Ainda assim, eles permanecem bem longe das máximas de 2022. Os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate, referência para o petróleo nos EUA, fecharam em US$ 77,59 por barril na quinta-feira (15), enquanto os futuros de referência internacional do petróleo Brent fecharam em US$ 82,86 por barril.

Entre os fatores que podem manter o limite máximo dos preços do petróleo estão a diminuição da procura e o aumento da oferta com a expansão da produção por países como o Brasil.

Relatório AIE

Um novo relatório mensal da Agência Internacional de Energia (AIE) divulgado na quinta-feira prevê que o crescimento da demanda global desacelerará para 1,2 milhão de barris por dia em 2024, ante 2,3 milhões de barris por dia em 2023.

Isso ocorre depois que o crescimento da demanda caiu para 1,8 milhão de barris por dia durante o quarto trimestre de 2023, de 2,8 milhões de bpd no trimestre anterior.

“O crescimento da procura global de petróleo está perdendo ímpeto”, afirmou a agência no relatório de fevereiro. “A fase de crescimento expansivo pós-pandemia da procura global de petróleo já seguiu, em grande parte, o seu curso.”

Para algumas economias, contudo, esse período de crescimento foi fraco. A economia da China deveria ter uma recuperação de grande sucesso em 2023, após fechar durante a pandemia de Covid.

Em vez disso, uma crise imobiliária, a fraca demanda e o elevado desemprego juvenil fizeram com que estagnasse, e alguns economistas acreditam que o país poderá enfrentar décadas de estagnação.

Outras nações enfrentam crises econômicas. O Reino Unido entrou em recessão depois de o Produto Interno Bruto (PIB) do país ter caído 0,3% durante o último trimestre de 2023, após uma queda de 0,1% no trimestre anterior.

Uma recessão é normalmente definida como dois trimestres consecutivos de contração do PIB, mas também pode ser caracterizada por outros fatores, como o elevado desemprego.

Japão também entrou em recessão depois de o fraco consumo interno ter causado a queda do seu PIB pelo segundo trimestre consecutivo. Isso foi suficiente para o país perder o posto de terceira maior economia do mundo, ficando atrás da Alemanha.

Embora a economia dos EUA tenha permanecido forte durante o ciclo de alta dos juros do Federal Reserve (Fed), alguns investidores e economistas alertam que o país também poderá entrar em recessão ainda este ano, à medida que os americanos forem pressionados pelas taxas elevadas e as suas economias feitas ao longo da pandemia diminuírem.

Embora o crescimento da procura mundial de petróleo esteja abrandando, a oferta se mantém relativamente forte, colocando potencialmente ainda mais pressão descendente sobre os preços do petróleo.

Além disso, alguns dos principais países da OPEP+ produziram mais petróleo em janeiro do que a produção prevista. O Iraque bombeou mais 230 mil barris e os Emirados Árabes Unidos produziram mais 300 mil barris, segundo o relatório da AIE.

“A maior oferta global de petróleo este ano, liderada pelos Estados Unidos, Brasil, Guiana e Canadá, deverá mais do que eclipsar o aumento esperado na procura mundial de petróleo”, afirma o relatório.

 

Fonte: CNN Brasil

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