Após perder monopólio sobre o futebol da Europa, Fifa se esforça para reafirmar relevância no jogo

A Federação Internacional de Futebol (Fifa) sentiu o golpe, com a sentença proferida pelo Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) que considerou ilegais as ameaças de sanções feitas pela entidade e pela União das Associações de Futebol da Europa (Uefa) aos clubes que articularam a Superliga Europeia.

Conforme noticiou a Máquina do Esporte, a decisão pode representar, para os times, o mesmo que a Lei Bosman significou para os atletas, a partir de 1995, alterando por completo a correlação de forças dentro do futebol mundial.

Nesta sexta-feira (22), um dia após a corte suprema da Europa tomar a decisão que, na prática, rompe com o monopólio da Fifa e das federações no futebol (já que elas não mais terão o poder de impedir que equipes profissionais disputem as competições que julgarem mais convenientes), a entidade divulgou um comunicado, tentando reafirmar sua relevância para o esporte mais popular do planeta.

No texto enviado à imprensa, a instituição alega ter distribuído US$ 2,8 bilhões (R$ 13,7 bilhões, pela cotação atual) às federações locais e confederações regionais, além de haver apoiado 1,6 mil projetos de desenvolvimento do futebol ao redor do mundo, por meio do programa Fifa Foward, entre 2016 e 2022.

“O investimento no futebol é nossa responsabilidade e nossa obrigação, e através do Fifa Forward temos estrutura para fazer isso de forma viável e transparente. O resultado foi um aumento de sete vezes no investimento desde 2016 – durante um período em que as receitas da Fifa nem dobraram. Isso mostra que o financiamento não só está sendo entregue corretamente, mas está sendo monitorado e implementado para garantir o desenvolvimento sustentável do futebol a longo prazo”, afirmou Gianni Infantino, presidente da entidade.

Por enquanto, os efeitos da sentença que pode se converter na Lei Bosman dos clubes estão restritos à União Europeia, mais especificamente a times como Barcelona e Real Madrid, que tentaram articular da Superliga Europeia, em 2021.

Porém, a forte reação de entidades e organizações, incluindo LaLiga e Uefa, dá um sinal claro de como a decisão judicial tem o poder de abalar as estruturas de poder no futebol mundial.

Em outro comunicado, que foi divulgado logo após a corte proferir o acórdão em favor dos times da Superliga, a Fifa deixou claro que compreendeu o tamanho do estrago que a situação pode provocar, na medida em que rompe com a hierarquia no esporte.

“A Fifa vai agora analisar a decisão em coordenação com a Uefa, as outras confederações e as federações, antes de comentar mais. De acordo com os seus estatutos, a Fifa acredita firmemente na natureza específica do desporto, incluindo a estrutura piramidal – que é sustentada pelo mérito desportivo – e os princípios do equilíbrio competitivo e da solidariedade financeira”, afirma o texto.

Fundada em 1904, a Fifa conta atualmente com 211 países ou territórios associados, número que supera os 193 membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e os 205 do Comitê Olímpico Internacional (COI).

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