Em reunião que começou às 11h e avançou até quase as 19h na sede do Fluminense, no Rio de Janeiro, os clubes da Liga Forte União (LFU) assinaram os contratos de venda dos direitos de transmissão de seus jogos no Brasileirão para Record (TV aberta) e YouTube (streaming) para o período de 2025 a 2029.
Pelo acordo, a Record irá dividir um pacote de 38 jogos, um por rodada, com a rede social de vídeos, que deve repassar esses direitos à CazéTV, que já é parceira da empresa nas transmissões do Campeonato Paulista. Segundo a Máquina do Esporte apurou, esses contratos vão render algo em torno de R$ 500 mil aos clubes da LFU.
Há uma outra proposta em exame, feita pela Amazon, por outro pacote de 38 partidas, essas exclusivas, para serem veiculadas no Prime Video, plataforma de streaming da empresa. Segundo números apresentados pela LiveMode aos clubes, a LFU iria faturar algo em torno de R$ 900 mil por temporada caso essas três vendas sejam efetivadas.
A ideia da agência, parceira da LFU na negociação de direitos de mídia, é ainda oferecer ao mercado mais dois pacotes de dois jogos por rodada cada um. Esses pacotes valeriam caso o bloco de clubes mantenha 12 times na primeira divisão a partir do ano que vem.
Investidores
As conversas avançaram pela tarde, o que obrigou os dirigentes até a almoçarem no local do encontro para aproveitar melhor o tempo. Um problema porém, não foi resolvido.
Há entre os clubes a avaliação de que a venda de 20% dos direitos comerciais de times da LFU a um grupo de investidores capitaneado pela Life Capital Partners (LCP) por 50 anos não será, a longo prazo, um bom negócio.
A ideia desses clubes é reduzir esse percentual negociado para 10%, consequentemente diminuindo também os aportes combinados com a LCP. O problema é que há clubes que já receberam mais da metade da verba, o que demandaria renegociar sobre como ficaria esse acerto financeiro.
Por outro lado, entre os times da LCP há um grupo grande que recebeu cerca de 30% do total, o que facilitaria um acerto de renegociação para um percentual menor de participação da LCP. Estão nesta situação 11 clubes: Atlético-GO, Avaí, Ceará, Chapecoense, CRB, Criciúma, Juventude, Londrina, Sport Recife, Tombense e Vila Nova.
Há times, como Botafogo e Cruzeiro, que fizeram acerto financeiro diferenciado, não tendo negociado as placas publicitárias do estádio em que mandam seus jogos. No caso dos dois, esse ativo foi vendido à Brax pelos próximos cinco anos (2025 a 2029).
Finalmente existem os times paulistas, que aderiram à LFU apenas em 2024 e não venderam percentual algum de seus direitos comerciais à LCP. Esse é o caso de Botafogo-SP, Ituano, Mirassol, Novorizontino e Ponte Preta, que deixaram a Libra e se juntaram ao Forte União em abril. Já o Corinthians, que assinou contrato com a LFU há dois meses, também não negociou esses ativos.