Com perna quebrada, motoentregador espera cirurgia sem prazo para ocorrer

Ryan Barriento Teles, de 19 anos, aguarda desde a última sexta-feira (24) uma vaga para cirurgia ortopédica em um hospital em Campo Grande. Com a perna quebrada após sofrer um acidente durante o trabalho, ele foi atendido e liberado para aguardar a cirurgia em casa, no entanto, sem data definida para ocorrer.

Motoentregador, Ryan explica que sofreu um acidente de trânsito durante o trabalho. Ele estava realizando uma entrega quando acabou se chocando com um carro na Avenida Marquês de Lavradio.

Segundo ele, o semáforo estava fechado, com uma fila de carros sobre a faixa aguardando a abertura.

Há um mercado na quadra e, quando o semáforo fechou, um motorista parou um pouco mais atrás do carro à frente para permitir que outro veículo saísse do estacionamento do supermercado.

Acreditando que o motorista tinha parado devido ao semáforo fechado, Ryan prosseguiu pela lateral esquerda da via para acessar o local de parada de motociclistas, em frente ao semáforo, quando acabou colidindo com o carro que saía do mercado e tentava converter à esquerda.

“O rapaz tinha parado para uma moça sair do estacionamento, mas não ligou o pisca alerta para avisar que estava dando preferência para ela cruzar a via. Eu não imaginava que ele tinha parado para ela porque o sinal estava fechado, então achei que era por causa do sinal. Aí, quando fui passar do lado dele, ela cruzou junto comigo. Foi quando bateu e acertou minha perna e eu caí no chão”, conta.

Devido à batida, Ryan sofreu um grave ferimento na perna direita. O Corpo de Bombeiros foi acionado e compareceu ao local para atendimento. No entanto, segundo o motoentregador, os socorristas não prestaram o devido socorro às dores e ferimentos que ele sofreu.

“Os bombeiros, quando chegaram, falaram que era talvez só uma fratura. Eu estava reclamando muito de dor e eles, sem saber se era isso mesmo, só me colocaram dentro da ambulância e não fizeram nenhuma tala na minha perna”.

O motoentregador foi encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Tiradentes, onde, após a realização de um raio-x, foram identificadas duas fraturas na perna. Ele, então, foi encaminhado para o CEM (Centro Especializado Municipal) para colocar gesso, porém, já no local, identificaram que para o caso seria necessária uma cirurgia.

“Cheguei no CEM e falaram que meu caso era somente para cirurgia. Aí fizeram a tala e me liberaram para casa. Me disseram para aguardar que me ligariam, porém, sem me dar prazo. Enquanto isso, tenho que esperar por uma vaga para ser internado”.

Enquanto aguarda ser chamado, Ryan e a esposa tentam ver o que farão com as contas. Sem poder trabalhar e sem previsão para a cirurgia, ele espera que seja chamado o quanto antes para que se recupere logo e possa voltar ao trabalho.

“Sou motoboy, preciso muito voltar a trabalhar. Tenho muitas coisas para pagar. Tudo o que eu preciso é dessa cirurgia para me recuperar logo”.

A reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para dar um parecer sobre a situação, mas até a publicação desta matéria a instituição não se manifestou.



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