Carla Letícia, de 20 anos, moradora de Campo Grande, vive um drama para conseguir atendimento médico. Após passar por uma cirurgia corretiva no pé no Rio de Janeiro há um ano, ela tem sentido fortes dores há duas semanas, porém, ao procurar tratamento, a mandam buscar ajuda no hospital em que fez a cirurgia.
Nascida com um problema congênito, Carla tinha o pé torto e passou a infância lutando por uma cirurgia que pudesse melhorar a condição. Aos 18 anos, conseguiu finalmente o procedimento, realizado fora do estado por falta de equipamentos no Hospital Universitário de Campo Grande, onde era acompanhada.
Após a cirurgia, Carla está há um ano com um fixador externo na perna, que deve ser retirado em novembro. Porém, nas últimas duas semanas, ela tem enfrentado fortes dores no pescoço, nos olhos e na cabeça.
“Não estou aguentando mais de dor. Minha dor é forte. Eu estou tomando remédio a cada duas horas. Eu não aguento mais de dor. Eles estão renegando ajuda. Eles não podem negar um atendimento, mas eles estão renegando um atendimento para mim”, conta.
Ela conta que assim que começou as dores, telefonou para o hospital no Rio de Janeiro, que a orientou a buscar atendimento em uma unidade médica local e pedir um raio-X.
Após a orientação, ela buscou o posto do bairro, porém o atendimento foi negado, alegando que ela precisaria buscar o hospital onde fez a cirurgia, no Rio de Janeiro. O mesmo ocorreu ao buscar ajuda na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e no Hospital Universitário.
“Expliquei a situação e até mostrei a mensagem do médico pedindo para eu fazer um raio-X, mas ninguém me atende. Eles falam que o tratamento é fora do estado e que eu tenho que voltar para lá, mas não estou aguentando de dor. Eles estão renegando meu atendimento”, desabafa a jovem, visivelmente abalada.
Carla explica que precisaria apenas de um relatório médico e de um exame de raio-X para voltar ao Rio de Janeiro e dar continuidade ao tratamento, mas sem atendimento dos serviços locais, a situação permanece sem solução.
Enquanto espera pela data de retorno, a jovem continua sofrendo sem qualquer alívio. Ela afirma que, mesmo tentando marcar uma consulta no Hospital Universitário, só conseguiu um agendamento para o final do mês seguinte.
A Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande foi procurada pela reportagem e aguardamos retorno.