Com US$ 400 milhões do BID, União e Governos de MS e MT desenvolvem projeto de conservação do Pantanal e Taquari

Um projeto de grande abrangência e potencial transformador será oficialmente anunciado nos próximos dias pelo Governo Federal, em parceria com os Governos de Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso. Com investimento de US$ 400 milhões (quase R$ 2 bilhões) financiados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), serão desenvolvidas ações de conservação e preservação ambiental na bacia do Rio Taquari e com impacto direto em toda planície pantaneira.

O projeto está alinhado ao Eixo Água para Todos, subeixo Revitalização de Bacias Hidrográficas do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e envolve os Ministérios do Orçamento e Planejamento, da Agricultura e Pecuária. Em Mato Grosso do Sul o BID-Pantanal está sendo coordenado pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). Os recursos serão divididos em partes iguais entre os dois estados, explicou o secretário da Semadesc, Jaime Verruck.

Beretta, Verruck e Roscoe (Taquari Vivo), em reunião com técnicos do Governo Federal

“A Semadesc e o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), em parceria com o Instituto Taquari Vivo, elaboraram o primeiro projeto de US$ 100 milhões visando a recuperação, preservação, recomposição florestal, manejo e recomposição do solo da área do Alto Taquari, que é a região acima de Coxim”, afirmou. Outro projeto, também orçado em US$ 100 milhões, consiste em ações diretas na porção sul-mato-grossense do bioma Pantanal. Esse projeto trata de preservação, conservação, políticas de saneamento e resíduos sólidos.

O secretário Jaime Verruck e técnicos da Semadesc participaram de diversas reuniões com técnicos do Ministério do Orçamento e Planejamento; e do Ministério da Agricultura e Pecuária, sob orientação direta dos ministros Simone Tebet e Carlos Fávaro, tratando de detalhamento dos projetos. O Estado do Mato Grosso também deve elaborar suas propostas. Todos os projetos precisam estar prontos para serem apresentados ao Conselho de Financiamento do BID em reunião a ser realizada em novembro.

Na avaliação do secretário Jaime Verruck, o Projeto BID-Pantanal, somado às ações que o Governo do Estado já está implementando na região, podem representar um divisor de águas na gestão ambiental do rio Taquari e de toda planície pantaneira.

“Não tenho dúvidas que, com tecnologia, parcerias, boa vontade e recursos, é possível frear e reverter esse processo de assoreamento que o rio Taquari enfrenta há décadas. O Governo do Estado, sob orientação do governador Eduardo Riedel, já vem agindo e, agora, com apoio do Governo Federal, com o empenho particular do presidente Lula e dos ministros Simone Tebet e Carlos Fávaro na contratação desse financiamento junto ao BID, nossa capacidade de ação é multiplicada muitas vezes. Naturalmente é um projeto de amplo espectro que envolve as prefeituras, as organizações civis, os produtores. Todos precisam estar convencidos que é momento de agir e com energia”, completou.

PROSOLO-TAQUARI

Atualmente, uma ação funcamental desenvolvida pelo Governo do Estado visando a recuperação do rio Taquari é o projeto piloto do PROSOLO (Plano Estadual de Manejo e Conservação do Solo e Água) em parceria com o Instituto Taquari Vivo e o Consórcio Intermunicipal Cointa na microbacia do córrego Pontinha, em Coxim. São intervenções visando a recuperação de área degradada, recomposição de reserva legal e adequação das estradas vicinais, com objetivo maior de combater o processo de assoreamento do rio Taquari.

Os trabalhos começaram no final de 2021 e a meta era recuperar 2,4 milhões de hectares de lavouras e pastagens e readequar 6,6 quilômetros de estradas vicinais. O Governo do Estado destinou uma patrulha ambiental composta por dois tratores, dois terraceadores, dois veículos e uma pá carregadeira para atuar especificamente nos trabalhos de conservação do solo em Coxim. O Consórcio Cointa cedeu duas carretas e mais um terraceador. Além disso, o Governo do Estado repassou a todas as prefeituras receberam uma patrulha ambiental para os prefeitos executarem ações semelhantes nos municípios, independente do que já estiver contemplado no PROSOLO.

Conforme balanço divulgado em julho passado, o PROSOLO-TAQUARI já havia executado 330 quilômetros de terraços nas lavouras e pastagens para contenção de processos erosivos, abrangendo uma área de 1.600 hectares.

SEMENTES DO TAQUARI
Enquanto isso, outra iniciativa de grande magnitude teve início na região que compreende as nascentes do rio Taquari, o projeto Sementes do Taquari. O Imasul iniciou em junho a maior ação de conservação da natureza dentro de uma unidade de conservação no Brasil, iniciativa que conta com recursos do Governo do Estado e apoio de vários parceiros no financiamento dos trabalhos.

No total serão plantados 2 milhões de mudas de plantas do Cerrado, recobrindo de vegetação nativa uma área de 1.300 hectares ocupada por pastagem degradada, localizados na região do Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari.

O Projeto Nascentes do Taquari inicia a fase 1 pela antiga Fazenda Continental, que foi adquirida pelo Governo do Estado e anexada ao Parque Estadual do Taquari, e atende o 13° ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da Organização das Nações Unidas para combater as alterações climáticas.

“Trata-se do maior projeto de recuperação ambiental em unidade de conservação do Brasil, uma iniciativa que partiu da nossa equipe técnica e está alinhada ao PROSOLO. Tanto o projeto Sementes do Taquari, quanto o PROSOLO-Taquari, são intervenções importantes nas nascentes, vamos evitar que sedimentos sejam carreados para o leito do rio e que provoquem o assoreamento no trecho em que atinge a planície pantaneira”, ponderou Jaime Verruck.

 

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