Como a dengue afeta bebês e crianças? Veja os principais riscos e cuidados

Doença pode se agravar por dificuldade de identificação dos sintomas, que são semelhantes aos de outras viroses

A dengue em bebês e crianças é semelhante à doença que afeta os adultos e pode causar os mesmos sintomas, como febre alta, mal-estar, dor no corpo e fadiga. Porém, nos pequenos, a infecção – transmitida pelo mosquito Aedes aegypti – pode ser confundida com outras viroses que são comuns durante a infância, o que dificulta a sua identificação.

“Nas crianças, os sinais de alarme da dengue podem não ser tão evidentes, levando ao maior risco de gravidade”, afirma Flavia Jacqueline Almeida, infectologista do Sabará Hospital Infantil.

Em bebês com menos de dois anos, identificar os sintomas da dengue pode ser ainda mais desafiador, já que os pequenos não conseguem expressar os sintomas que estão sentindo. Isso exige maior atenção dos pais e responsáveis para observar os sinais.

Sinais de alerta de dengue em bebês e crianças

Segundo Flavia, a dengue em crianças pode ser, na maioria das vezes, assintomática ou se apresentar como uma virose clássica, com sintomas que podem ser confundidos com outras infecções. É o caso de febre, fraqueza muscular, falta de apetite, náuseas, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas.

Sintomas suspeitos de dengue podem incluir, ainda, febre alta de início abrupto, com duração de dois a sete dias. Manchas vermelhas na pele, inflamação nos olhos, dor nas articulações, dor ao engolir os alimentos ou beber água também levantam suspeitas, de acordo com a especialista.

Alguns outros sinais de alarme também são importantes para identificar casos mais graves de dengue. “Devem procurar assistência médica imediata as crianças que apresentem dor abdominal forte e persistente, vômitos recorrentes, sangramentos, tontura ou desmaio e respiração rápida”, orienta.

Nos bebês, os sintomas podem ser ainda mais desafiadores de serem observados, mas alguns sinais indicam agravamento do quadro. “Pode haver febre, prostração ou irritabilidade intensa, com choro fácil, como se estivesse sentindo dor, e, ainda, a recusa de alimentação, com presença de diarreia e vômitos”, elenca a infectopediatra.

Diagnóstico e tratamento da dengue em crianças

O diagnóstico da dengue em bebês e crianças pode ser feito a partir da suspeita da infecção. Nos primeiros cinco dias de sintomas, é possível realizar o exame de PCR ou detecção do antígeno viral (NS-1). Após o sexto dia, a confirmação do diagnóstico é feita com a sorologia, um exame que identifica a presença de anticorpos para a dengue.

Já o tratamento é baseado na hidratação, repouso e no uso de analgésicos e antitérmicos. Porém, é muito importante se atentar ao tipo de medicamento que é utilizado: em casos suspeitos ou confirmados de dengue, não é recomendável utilizar anti-inflamatórios não hormonais, como ibuprofeno e diclofenaco. Ácido acetilsalicílico, como a aspirina, também não deve ser usada, pois aumenta o risco de dengue hemorrágica, o tipo mais grave da doença.

“Casos mais graves devem ser hospitalizados para receber hidratação endovenosa”, afirma Flavia.

Vacina da dengue e outras formas de prevenção

vacina da dengue é uma das principais formas de prevenir a doença em crianças. A opção que será distribuída pelo SUS (Sistema Único de Saúde) nesta semana tem como público-alvo crianças e adolescentes de 10 a 14 meses e o esquema vacinal é de duas doses com intervalo de três meses entre elas. Em redes privadas, a vacina está disponível para toda a população entre 4 e 60 anos.

Além disso, é importante evitar a reprodução do mosquito Aedes aegypti, evitando água parada em vasos de planta, pneus e calhas. Também é fundamental manter sempre a água de piscinas tratada e a caixa d’água tampada.

O uso de telas protetoras nas janelas, mosquiteiros nos berços e repelentes na pele também podem ajudar na prevenção da dengue.

 

Fonte: CNN Brasil

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