Controvérsia financeira abala fiéis: Arquidiocese de CG busca solução para débito por usina solar não entregue

Nos últimos meses a Arquidiocese de Campo Grande tem estado envolvida em uma controvérsia financeira que deixou muitos fiéis perplexos. A instituição religiosa, em um movimento surpreendente, enviou cartas aos membros de suas paróquias, pedindo uma contribuição de 31,45% de suas economias para ajudar a cobrir uma dívida significativa relacionada à instalação de uma usina de energia solar que nunca foi entregue.

A história começou em junho de 2021, quando a Arquidiocese assinou um contrato com a ANL Comércio de Equipamentos Ltda (ANL Energia Limpa) para instalar uma usina de energia solar no Centro de Formação de Pastoral, localizado no Jardim Seminário. No entanto, a empresa não realizou nenhuma obra no local e não forneceu explicações adequadas para o atraso.

Devido à falta de progresso, a Arquidiocese acionou a Justiça em setembro para rescindir o contrato e buscar indenização por danos morais. Após um acordo homologado pela Justiça em outubro de 2022, a ANL se comprometeu a assumir um empréstimo de R$ 4 milhões junto ao Sicredi, bem como doar uma usina fotovoltaica avaliada em R$ 5 milhões à Arquidiocese, que deveria ser entregue em 180 dias.

Infelizmente, a ANL novamente não cumpriu suas obrigações, levando a Arquidiocese a cobrar um valor ainda maior da empresa, totalizando R$ 11,9 milhões, incluindo a dívida do empréstimo, multas e a doação da usina. Um juiz da 14ª Vara Cível Residual recebeu o pedido e impôs uma multa de 10% sobre os R$ 11,9 milhões caso a ANL não pagasse o valor em 15 dias.

Os fiéis se sentem incomodados com a situação e a pressão financeira resultante para ajudar a cobrir os custos do projeto fracassado. A controvérsia chegou ao ponto de a Arquidiocese organizar um sorteio de um apartamento no valor de R$ 180 mil como parte de um acordo para compensar as paróquias que contribuíram com o pagamento do empréstimo. Cada igreja ou pastoral está vendendo bilhetes a R$ 25 para o sorteio, que ocorrerá em dezembro deste ano.

O arcebispo metropolitano de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, anteriormente havia ordenado o confisco de 31% do dinheiro disponível em caixa de todas as paróquias da arquidiocese para pagar o empréstimo bancário.

O destino desse imbróglio ainda está sob análise judicial, e os fiéis aguardam uma decisão para entender como essa situação complexa será resolvida.

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