Menina de 7 anos morreu vítima de meningite, nesta terça-feira (1º), em Campo Grande. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) confirmou o diagnóstico, mas destacou que se trata de um caso isolado.
Moradora do Bairro Noroeste, segundo o órgão, a criança morreu vítima de meningite meningocócica + meningococcemia, no Hospital da Cassems. A criança também testou positivo para a Covid-19.
A meningite meningocócica é uma infecção bacteriana que afeta as membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, causando uma inflamação grave. É uma doença altamente contagiosa e letal, e pode levar a coma e morte em algumas horas.
Já a meningococcemia é a forma invasiva da infecção pela mesma bactéria, que pode estar ou não acompanhada de um quadro de meningite. Nesses casos, a proliferação da bactéria atinge o organismo de forma sistêmica, através da corrente sanguínea do paciente.
Ainda conforme a Sesau, a menina não teve passagem pela Rede Municipal de Saúde de Campo Grande. Ela também estava com a carteira vacinal em dia, com três doses de meningo C, sendo a última dose em fevereiro de 2020.
A menina não apresentava comorbidades e não tinha histórico de contato com pessoas contaminadas, ou viagem para fora do município. Segundo a Sesau, após a morte, foi solicitado ao hospital uma amostra de sangue da criança e enviado para o Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública), onde foi confirmado meningites bacterianas.
Conforme a Sesau, após a confirmação, todas as medidas sanitárias e de saúde estão sendo tomadas pela secretaria, e que não há motivos para preocupação, se tratando, por enquanto, de um caso isolado.
“Foram adotadas várias medidas de vigilância epidemiológica como a investigação de casos suspeitos e casos secundários no hospital, residência e escola; levantamento dos contatos próximos em ambiente hospitalar, residência e escola; quimioprofilaxia, conforme recomendações do Ministério da Saúde, e orientações e monitoramento de aparecimento de novos casos nos próximos 60 dias”, declarou em nota o órgão.
Como medida de prevenção, a secretaria realizou uma reunião com os pais de colegas de turma e professores da criança, além dos pais da criança, para informar e orientar o uso de quimioprofilaxia.
A medicação é fornecida pelo Ministério da Saúde e é uma estratégia de prevenção de doenças infecciosas que envolve o uso de medicamentos para reduzir o risco de infecção em pessoas expostas a agentes infecciosos.
Ela foi realizada na casa de dois adultos e duas crianças e na escola, com dois adultos e 31 crianças, explica a Sesau. Todos tiveram contatos próximos com a vítima.
Vacinação
A Sesau ainda orienta para a vacinação de crianças e adolescentes não vacinados, a atualizarem o cartão vacinal conforme preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.
A vacinação é considerada a forma mais eficaz na prevenção da doença. O esquema vacinal consiste em duas doses, aos 3 e 5 meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses, mínimo de 30 dias. Uma dose de reforço é recomendada aos 12 meses de idade, podendo ser administrada até os 4 anos de idade.
Em 2017, foi incorporada a vacina meningocócica C (Conjugada) para adolescentes de 11 a 14 anos, como dose de reforço, de acordo com a situação vacinal.
A Vacina meningocócica ACWY (conjugada) está disponível no Calendário Nacional de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações desde 2020, para a prevenção da doença sistêmica causada pela bactéria Neisseria meningitidis dos sorogrupos A, C, W ou Y. A vacinação é recomendada para adolescentes na faixa etária de 11 e 12 anos.