Autorização judicial para prisões e mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Cartão Vermelho também teve citação à Confederação Brasileira de Futebol. Diálogos de cúmplices de Francisco Cezário, que seria o chefe do esquema, sugeriam maquiar prestações de contas à CBF.
A operação foi deflagrada na manhã de segunda-feira (20) e revelou um vasto esquema de desvio de dinheiro da Federação de Futebol do MS e também do Governo do MS. O valor dos desvios estimado pela investigação chega a R$ 6 milhões.
Segundo a investigação, foi captada conversa entre os investigados Rudson Bogarim Barbosa e Umberto Alves Pereira, este último sobrinho de Francisco Cezário. Os dois riam e maquinavam meios para burlar prestação de contas à CBF.
“… não não, faz assim ve se você acha, eu tenho o valor aqui, vamo dar uma maquiada e mandar [risos] (…) a mais ce tem, num tem, dá pra dar uma maquiada e mandar pra ele? n/c mandar, colocar o valor ai?”, diz o trecho do diálogo.
A investigação foi além das quebras de sigilo e bancários. Investigadores foram a campo e registraram membros da quadrilha fazendo saques sequenciais e retornando à Federação de Futebol ou à residência de Francisco Cezário para divisão das quantia sacadas.
A outros veículos de imprensa a CBF informou que não vai se manifestar sobre o caso.
Gaeco cumpriu sete mandados de prisão (Foto: Divulgação Gaeco)
O caso
Operação Cartão Vermelho, deflagrada pelo Gaeco, na manhã desta terça-feira (21), constatou que o presidente da Federação de Futebol do MS Francisco Cezário e demais suspeitos desviaram cerca de R$ 6 milhões, seja do Governo do MS e da CBF.
Sete mandados de prisão e outros de busca e apreensão são cumpridos em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Segundo o MPE detalhou, os integrantes da quadrilha faziam saques frequentes nas contas da Federação – em valores abaixo de R$ 5 mil a fim de não chamar atenção dos órgãos de controle. O valor era dividido entre os comparsas.
Nessa modalidade, diz o Gaeco os suspeitos fizeram mais de 1.200 saques, que renderam R$ 3 milhões.
Hoteis
Ainda conforme divulgado, a quadrilha da FFMS também tinha esquema de desvio de diárias de hotéis pagos pelo Governo do MS em jogos do Campeonato Estadual. O modus operandi, diz a investigação, se estendia a outros estabelecimentos, sendo que os membros recebiam de volta parte do dinheiro de serviços e produtos contratados pela FFMS.
Investigados
Os investigados são: a própria FFMS; Francisco Cezario de Oliveira; Aparecido Alves Pereira; Francisco Carlos Pereira; Marco Antonio Tavares; Umberto Alves Pereira; Valdir Alves Pereira; Rudson Bogarim Barbosa; Francisca Rosa de Oliveira; Marcelo Mitsuo Ezoe Pereira; Marco Antonio de Araujo; Patricia Gomes de Araujo (Invictus Sports) e Jamiro Rodrigues de Oliveira
Os advogados de Cezário disseram que “nessa fase qualquer investigação é sempre unilateral; logo ela será submetida ao necessário contraditório; devemos aguardar os esclarecimentos, que serão prestados, oportunamente’’.
O espaço está aberto a todos os citados.