De Endrick a Estêvão, Palmeiras pode superar R$ 1,2 bilhão com vendas de jogadores da base

A reestruturação das categorias de base do Palmeiras está dando ótimos frutos nas últimas temporadas. Considerando-se todos os acordos desde a venda de Endrick, fechada em dezembro de 2022 com o Real Madrid, o Verdão pode movimentar mais de R$ 1,2 bilhão com transferências de jogadores que formou em menos de dois anos.

Nos últimos três anos, o Palmeiras viu seu elenco profissional utilizar diversos jogadores formados pelas categorias de base do clube. Entre as diversas revelações, algumas ganharam grande destaque e, consequentemente, geraram vultosas quantias.

Apenas em 2024, o clube alviverde negociou Estêvão, Luis Guilherme, Kevin e Artur, para Chelsea, West Ham, Shakhtar Donetsk e Zenit, respectivamente. Com essas quatro negociações, o Verdão movimentou R$ 700 milhões.

Vale destacar, no entanto, que estas quantias, porém, não significam dinheiro em caixa para a equipe presidida por Leila Pereira. Além das transferências não serem pagas à vista, o Palmeiras não tem direito a 100% do valor de todas elas.

A transferência de Estêvão, joia palmeirense que teve sua venda ao Chelsea anunciada no último sábado (22), foi a maior da história do Palmeiras. Pelo jogador de 17 anos, a equipe inglesa pagará ao Verdão € 45 milhões fixos e mais € 16,5 milhões em bônus, que dependem de metas a serem cumpridas pelo jovem. Ao todo, a venda poderá movimentar € 61,5 milhões (R$ 358 milhões, pela cotação atual).

Na última semana, a equipe paulista também concluiu a venda de Luis Guilherme, atacante de 18 anos que fechou com o West Ham, da Inglaterra. O acordo conta com € 23 milhões fixos e € 7 milhões em bônus. Com isso, a transferência pode envolver € 30 milhões (R$ 175 milhões).

Antes dos dois, o Palmeiras ainda vendeu a sua principal revelação, Endrick. O atacante, que estreou na equipe profissional com apenas 16 anos, foi adquirido pelo Real Madrid no final de 2022. O acordo inclui € 35 milhões fixos e € 25 milhões em bônus. O negócio pode render, portanto, € 60 milhões (R$ 337 milhões, pela cotação da época).

Além destas três vendas principais, o Palmeiras também negociou Wesley, Danilo, Vinicius Silvestre, Gabriel Silva, Matheus Fernandes, Giovani, Kevin e Artur, entre outros, todos jogadores formados em suas categorias de base. Considerando-se todas essas transferências, o clube pode movimentar mais de R$ 1,2 bilhão.

O Palmeiras não tem direito ao valor integral de todas essas negociações. Em alguns casos, a quantia é dividida com outros clubes ou até mesmo com o próprio jogador.

No caso de Endrick, por exemplo, o clube alviverde tem direito a 70% do valor da transferência. Sendo assim, pode faturar até R$ 235 milhões dos R$ 337 milhões envolvidos. A situação é a mesma na venda de Estêvão, em que o Palmeiras receberá no máximo R$ 250 milhões dos R$ 358 milhões.

Na transferência de Artur, o time paulista também não receberá o valor integral, já que tem direito a 90% da quantia. Portanto, o clube pode receber R$ 86,4 milhões dos R$ 96 milhões.

Considerando-se os valores totais das negociações, ou seja, incluindo-se as quantias referentes ao cumprimento de metas, o Palmeiras pode receber mais de R$ 950 milhões.

A venda de jogadores, ainda que por valores altos, não significa lucro na formação de atletas. De qualquer forma, este não é o caso do Palmeiras. Ainda que se considere apenas as vendas feitas a partir de dezembro de 2022, o retorno do Verdão supera, e muito, a quantia que investe em suas categorias de base.

Segundo o Relatório Convocados 2024, feito em parceria com a Outfield e a Galapagos Capital, o Palmeiras investiu R$ 142 milhões em suas categorias de base entre 2019 e 2023. Entre os clubes da Série A do Brasileirão do ano passado, apenas São Paulo (R$ 144 milhões), Grêmio (R$ 144 milhões) e Flamengo (R$ 171 milhões) investiram um valor maior no período. 

Ainda assim, apenas o Flamengo supera o clube paulista em receitas acumuladas entre 2019 e 2023 com a negociação de atletas. Vale lembrar que o relatório considera as transferências feitas até 2023 e, portanto, exclui as recentes grandes vendas do Palmeiras, como a de Estêvão.

A formação desses jogadores e suas vendas podem resultar em novas receitas que vão além daquelas envolvidas na transferência direta para o futebol europeu. O Palmeiras receberá quantias de futuras vendas destes jogadores por conta do mecanismo de transferências da Fifa, que gera 5% ao clube formador dos atletas.

Alguns acordos feitos pela equipe alviverde também incluem pagamentos por “mais-valia”, casos de Luis Guilherme e Kevin. Nestes acordos, o Palmeiras tem o direito a um percentual sobre o lucro que West Ham e Shakhtar Donetsk, respectivamente, obtiverem com a revenda destes atletas.

Fonte

VÍDEO
PUBLICIDADE
COLUNISTAS
PREVISÃO DO TEMPO
Campo Grande
22°C
56% 0% 5m/s 70deg
PUBLICIDADE​
APOIO
ÚLTIMAS