Quando se pensa em herói, naturalmente vem à cabeça a imagem de um bombeiro ou talvez de um super-herói do cinema, com músculos avantajados, máscara e capa e que livra a cidade do crime. A palavra heroísmo se refere a pessoas que, diante do perigo, da adversidade ou de uma posição de fraqueza, demonstra coragem e vontade de autossacrifício, por algum bem maior.
Alessandro Nahabedian, servidor da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, em agosto realizou sua primeira doação de medula óssea. Como um herói, perseverou no processo de coleta e estimulação da produção de células-tronco e deu um belo presente de amor e vida para uma pessoa de Minas Gerais. Recentemente, ele recebeu uma mensagem que poderá ser novamente doador.
“Na área oncológica do hospital, vi muitas crianças precisando de doação. Estou em recuperação ainda, pois foram duas bolsas doadas. Mas, meu coração já está pronto para dar uma nova oportunidade de vida para alguém que necessita de medula óssea. Sei que é um chamado de Deus na minha vida”, disse Alessandro. (leia mais aqui)
Aos 46 anos, Elisabeth Passafaro Mascarenhas passou pela cirurgia de catarata. O resultado não foi satisfatório e então começou sua luta para não perder a visão. “Foram vários outros procedimentos sem progresso na recuperação. A córnea entrou em colapso e, aos 71 anos, entrei na fila do transplante. Esperar alguém morrer para se beneficiar é algo cruel. Mas, a morte para muitos gera vida”, afirmou.
A escassez de doadores é uma limitação importante, dado o número crescente de pacientes que necessitam de um transplante. O Brasil passou das 66 mil pessoas na fila de espera para transplante de órgãos, segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), do Ministério da Saúde.
O período prolongado na fila de espera traz impactos emocionais, que afetam a probabilidade de recuperação ou a resposta ao transplante, influenciando até na extensão de sequelas. As incertezas decorrentes da imprevisibilidade de doação impedem um planejamento da vida de pacientes e seus familiares.
Desde 2022, Mato Grosso do Sul conta oficialmente com a realização da Campanha Setembro Verde (Lei 5.862) – mês dedicado à promoção de políticas públicas voltadas à conscientização sobre a importância da doação de órgãos.
A ação é anual e ocorre do dia 1º ao dia 30 de setembro. Dentre as atividades que podem ser desenvolvidas estão debates, palestras, seminários, audiências públicas, campanhas educativas e de conscientização, entre outras iniciativas. Os eventos podem ocorrer em conjunto com entidades das áreas da educação, saúde e afins.
Já a 5.410 de 2022, de autoria do deputado Renato Câmara (MDB), instituiu a Semana Estadual de Doação de Órgãos e Tecidos no Mato Grosso do Sul, realizada, anualmente, entre 21 e 27 de setembro.
Seja doador
Quem pretende ser doador basta uma simples ação: avisar a sua família. Para ser doador, converse com os familiares sobre o seu desejo e deixe claro que eles devem autorizar a doação de órgãos. A doação de órgãos ou tecidos pode vir de doadores falecidos ou vivos.
Doador falecido é a pessoa em morte encefálica. Um único doador pode salvar inúmeras vidas. Dos doadores falecidos podem ser captados: coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e tendões. A pessoa que tenha falecido por parada cardíaca pode doar tecidos.
Doador vivo é qualquer pessoa saudável que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode se dispor a doar um dos rins, parte do fígado ou do pulmão e medula óssea. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores vivos. Fora desse critério, somente com autorização judicial.