Embalado por SAFs e atletas-investidores, futebol do Espírito Santo busca projeção nacional

Apesar de estar tão próximo do Eixo Rio-São Paulo e de Minas Gerais, o futebol do Espírito Santo ainda está longe de atrair os mesmos holofotes que recaem sobre seus vizinhos famosos do Sudeste.

Em tempos recentes, no entanto, a Federação de Futebol do Estado do Espírito Santo (FES) tem apostado em novas tecnologias e no trabalho de profissionalização, visando tornar os clubes capixabas atrativos para investimentos.

Nesta semana, em que teve início mais uma edição do Campeonato Capixaba de Futebol da Série A – o Capixabão -, o presidente da FES, Gustavo Vieira, conversou com a Máquina do Esporte a respeito do momento vivido pelo futebol no estado.

Atualmente, o Capixabão conta com dez times na Série A, cujos jogos são realizados entre janeiro e abril. Já a segunda divisão costuma ter de dez a 12 equipes e seu início será a partir de agosto.

O distanciamento entre as duas competições no calendário tem sua razão de ser. Entre ambas está a Copa Espírito Santo, que conta com as participações dos clubes das duas divisões.

“Com o calendário estruturado dessa forma, damos a todos os times a oportunidade de permanecerem pelo menos oito meses em atividade ao longo do ano, entre competições oficiais e pré-temporada”, explica o dirigente.

Manter os clubes em ação por uma maior quantidade de meses é uma das formas encontradas pela FES para desenvolver o futebol no estado. “A ideia é tornar o ambiente favorável para os investidores”, afirma.

Tecnologia

Para este ano, uma das novidades no futebol Capixaba é a contratação da empresa britânica Owl Stats para realizar a análise de desempenho a cada rodada.

“Vamos encaminhar esses dados para os clubes, ajudando-os a avaliar a produtividade de seus jogadores. E essa ferramenta também ajudará a definir a seleção da rodada dos campeonatos, a partir da análise de dados, e não de palpites. Com isso, poderemos gerar conteúdo interessante para nossas redes”, afirma Vieira.

Os investimentos em tecnologia têm sido a tônica do futebol capixaba nos últimos tempos. Cinco anos atrás, por exemplo, quando se encerrou o contrato da FES com a retransmissora local da Globo, a entidade passou, ela própria, a realizar transmissões via streaming dos jogos de suas competições.

No primeiro momento, esse sinal foi disponibilizado para a Band, que adquiriu os direitos das competições na época. Hoje em dia, a FES possui contrato de exclusividade com a TVE, emissora educativa do Governo do Espírito Santo.

Com validade até 2025, esse acordo rende R$ 2 milhões ao ano para a federação. O detalhe é que todas as partidas dos torneios da entidade são transmitidas, seja por TVE ou via streaming.

“Na renovação desse contrato, a expectativa é de que a TVE assuma por completo a geração do sinal. Nesse caso, os jogos que eles não forem exibir seriam disponibilizados para a federação transmitir”, diz.

Patrocínios

Para este ano, a FES fechou acordo com a Brax para a venda dos naming rights do Capixabão. A agência de marketing esportivo negociou a propriedade com a Superbet, empresa com sede na Romênia, que ingressou neste ano no mercado brasileiro e também é patrocinadora máster do São Paulo, além de denominar o Campeonato Cearense de Futebol.

Já na Série B estadual e na Copa Espírito Santo, a federação faz a venda conjunta dos patrocínios. As duas competições têm a cooperativa de crédito Sicoob como principal parceira, em acordo que está em vias de ser renovado.

“Com esses recursos arrecadados, bancamos todas as despesas operacionais dos clubes, que não precisam pagar taxa de arbitragem ou outros custos dessa natureza. Essa economia que proporcionamos também ajuda a tornar nosso mercado mais atrativo para os investidores”, afirma Vieira.

SAFs e atletas-investidores

Em anos recentes, o futebol do Espírito Santo tem vivido um boom de Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs). Esse movimento é embalado pela presença cada vez mais forte de atletas-investidores (tanto da ativa quanto ex-jogadores consagrados).

Entre os clubes tradicionais que aderiram ao modelo de SAF está o Rio Branco, de Vitória, maior vencedor do Capixabão, com 37 troféus.

Segunda maior vencedora da competição, com 18 títulos, a Desportiva Ferroviária, de Cariacica, é outra que resolveu trilhar pelos caminhos da sociedade anônima. Neste caso, o projeto é liderado pelo ex-jogador Sávio, ídolo do Flamengo, mas que jogou nas categorias de base do clube capixaba, no fim da década de 1980.

Fundado 2021, o Nova Venécia também optou por um modelo de gestão profissionalizada, para se destacar no futebol do Espírito Santo. O time conta com a participação do atacante Richarlison, do Tottenham, que é nascido na cidade de pouco mais de 50 mil habitantes.

Atuando na Série B do Capixabão, o Linhares tem como presidente Fabiano Eller, ex-zagueiro que atuou por clubes como Vasco, Internacional e Atlético de Madrid. O time foi campeão da primeira divisão estadual, em 2007.

“Temos buscado trazer esse investimento para que possamos nos tornar competitivos e conquistar mais espaço no cenário nacional. Ano passado, nossos times bateram na trave na luta pelo acesso à Série C do Brasileirão. E, nos últimos anos, nossos representantes na Copa do Brasil têm conseguido passar de fase. Isso representa maior visibilidade e mais recursos para investir na montagem de times competitivos”, avalia Vieira.

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