Entidades sociais celebraram as vendas durante o Arraial de Santo Antônio, que acontece desde a quarta-feira (12), na Praça do Rádio Clube, em Campo Grande.
Conforme divulgação da Prefeitura, o cunho social do evento é um dos seus maiores destaques. Cada compra nas barracas de alimentos não só proporciona uma experiência gastronômica única, mas também contribui diretamente para o fortalecimento das instituições assistenciais. Estas entidades desempenham um papel fundamental na comunidade, oferecendo suporte e serviços essenciais para pessoas em situação de vulnerabilidade.
Desde espetinho, crepe, doces, arroz carreteiro, choripan, cachorro-quente, pastel, passando pelos tradicionais derivados do milho e o irresistível quentão, todo o dinheiro arrecadado com os produtos vendidos nas 35 barracas instaladas na praça ficam com as entidades.
A coordenadora-geral do FAC, Adir Diniz, afirmou que as instituições presentes foram escolhidas por meio de edital. “Todo o processo foi muito transparente. Algumas instituições esperam por todo o ano para arrecadarem os recursos no Arraial de Santo Antônio e com a prefeitura oferecendo toda a parte de estrutura, esperamos que eles tenham excelentes resultados nas vendas e, consequentemente, mais recursos para manterem suas atividades, melhorarem e ampliarem seus atendimentos”, salientou.
Em apenas dois dias, a Associação de Mães Trabalhando a Inclusão (AMATI) já bateu a meta de arrecadação que vai contribuir para a compra de materiais e mão de obra para a construção de mais 5 banheiros na sede da instituição que atende diariamente 192 crianças de 4 meses a 5 anos, e mais 30 crianças no contraturno escolar.
Emocionada com os resultados, a diretora-administrativa da AMATI, Sarah Souza de Carvalho relatou que as vendas foram muito melhores que o esperado e que na segunda noite de festa, foi necessário buscar mais arroz carreteiro com uma equipe externa de voluntários.
”A AMATI participa de todas as edições do Arraial de Santo Antônio, e no ano passado sofremos muito com o frio e a chuva. Neste ano, o clima tem ajudado muito nas vendas, encerramos as duas primeiras noites com tudo vendido e esperamos nos próximos dias vender mais R$7 mil por noite”, frisou.
Com um movimento constante, a barraca do Instituto Causadores da Alegria arrecadou nas primeiras duas noites do Arraial de Santo Antônio por volta de R$7 mil com a venda de crepes e pastéis. Toda a renda obtida será revertida para a assistência de 42 jovens de 14 a 19 anos que participam de oficinas, cursos preparatórios para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e reforço escolar na instituição.
A voluntária e assistente social da entidade, Nair Maria Gomes Ribeiro, explica que a equipe precisou reforçar os estoques para atender a demanda da terceira noite de festa.
”É o nosso segundo ano participando do Arraial, e o movimento de agora está bem melhor do que no ano passado, acredito que até mesmo o clima tenha ajudado nisso. Hoje [sexta-feira], demos uma reforçada no estoque porque a saída dos produtos superou nossas expectativas e esperamos que as vendas melhorem ainda mais nos próximos dias”, afirmou Gomes.
O pessoal da Sociedade Espírita Anorran apostou no arroz pantaneiro e no sanduíche de pernil como carro-chefe do cardápio. O presidente da instituição, Durval Cava, destacou que as vendas nesta edição do Arraial vão contribuir para custear a ampliação da sede da entidade. “Nós temos uma meta de vender 250 unidades de arroz pantaneiro e 70 sanduíches de pernil por noite e no segundo dia já batemos alcançamos esse propósito. E temos certeza, que os últimos dias de festa serão ainda melhores”, afirmou.
Além do cunho social do evento, o Arraial de Santo Antônio prioriza a inclusão. Alinhado com o Objetivo de Desenvolvimento (ODS) 10, que garante estratégias que promovem a inclusão social de todos, independente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra, a festa que celebra o padroeiro da Capital conta com a participação da Associação Pantanal dos Surdos de Mato Grosso do Sul (APSMS).
Conforme a representante da APSMS, Alessandra Souza da Cruz, além das vendas e arrecadação de recursos, os voluntários querem fortalecer a comunidade surda no Estado e mostrar o importante trabalho desenvolvido pela instituição que incentiva a promoção de inclusão social, defesa e garantia do direito linguístico de pessoas surdas em Mato Grosso do Sul.
“No começo, nós queríamos apenas incentivar os surdos a participarem de esportes, sejam eles de lazer ou de competição, e com o passar do tempo, começamos também a oferecer cursos e palestras, nunca deixando os esportes de lado. Essa é a primeira vez que participamos do Arraial como associação e todo o dinheiro arrecadado com a venda de alimentos nos cinco dias de evento beneficiará 150 pessoas assistidas por nós”, relatou Alessandra.
O Arraial de Santo Antônio de Campo Grande também é aguardado com ansiedade por muitas Organizações Sociais sem fins lucrativos que nunca participaram da festa e veem neste período uma oportunidade de levantar renda com a venda de produtos durante todos os dias de evento. Este é o caso da Associação Par. O presidente da entidade, Rafael Mesquita, conta que todos os dias, os estoques precisaram ser repostos e que a canjica e o vinho quente estão sendo os campeões de vendas.
“O nível de organização do evento nos surpreendeu muito, sempre foi algo que nós almejamos participar e as vendas estão excelentes. No segundo dia tivemos que encerrar as atividades às 22h30 porque já tínhamos vendido tudo. Todo o dinheiro arrecadado aqui será usado para melhorarmos os equipamentos que usamos nas aulas de dança para cerca de 200 alunos”, pontuou.
Sem falhar um ano, a Associação Campo-grandense da Pessoa com Deficiência (ACPD) encerrou as primeiras noites de festa com tudo vendido. De acordo com a coordenadora da entidade, Juliana Lanzarini, mais de R$8 mil já foram arrecadados com a venda das comidas típicas da barraca.
”Estamos há 22 anos participando do Arraial e neste ano, o nosso carro-chefe é o pastel e quentão. Todo o recurso obtido com as vendas daqui será revertido para melhorias da nossa instituição, para continuar atendendo os nossos alunos e pacientes. Só no EJA, atendemos 72 pessoas com deficiência acima dos 18 anos que não tiveram a oportunidade de concluir os estudos e que tem muito potencial para terem ainda mais autonomia na vida adulta”, destacou.