O ex-presidente Jair Bolsonaro foi eleito em 2018 com a bandeira de combate à corrupção, fazendo uma defesa enfática da operação Lava Jato, que culiminou na prisão do presidente Lula e demais políticos e empresários.
Bolsonaro escalou para seu governo o ex-juiz Sergio Moro, símbolo da operação, como ministro da Justiça e Segurança Pública.
Entretanto, após desentendimentos entre os dois, com Moro acusando Bolsonaro de tentar interferir na PF (Polícia Federal), Moro acabou pedindo demissão e deixando o governo.
Para o lugar de Sergio Moro no ministério da justiça, Bolsonaro escolheu um aliado do ministro Dias Toffoli, o Advogado Geral da União, André Mendonça, que mais tarde seria também indicado por Jair ao cargo de ministro do STF como o “ministro terrivelmente evangélico”.
Importante relembrar que o ministro do STF, Dias Toffoli, antes criticado por Bolsonaro, filhos e ala da direita, recebeu em sua residência num sábado à noite (03/10/2020): Jair Bolsonaro, Davi Alcolumbre (presidente do senado à época) e o desembargador Kassio Nunes, que se tornaria o primeiro indicado ao STF por Jair.
Alguns dias depois, em evento público, no dia 07 de outubro de 2020, Bolsonaro, com sorriso irônico, disse ter satisfação em anunciar que acabou com a Lava Jato:
“É uma satisfação que eu tenho, dizer a essa imprensa maravilhosa nossa que eu não quero acabar com a Lava Jato: eu acabei com a Lava Jato porque não tem mais corrupção no governo.”
Naquele momento ele se aliava politicamente a investigados da operação no Congresso como Arthur Lira, Ciro Nogueira, entre outros, e se aproximava de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) críticos à investigação.
O Procurador-geral da República à época, Augusto Aras, indicado por Bolsonaro, acabou com o modelo de força-tarefa que fez sucesso na Lava Jato e é referência internacional no combate à lavagem de dinheiro e ao crime organizado.
Portanto, é correto afimar que o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro acabou com a operação Lava jato.