Fontes radioativas de césio-137 furtadas de mineradora no interior de MG são encontradas, diz Polícia Civil

Conforme a polícia, caixas levadas de empresa em Nazareno (MG) foram localizadas e estão sob análise pericial da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

A Polícia Civil de Minas Gerais informou na tarde desta segunda-feira (10) que as duas caixas contendo césio 137 (CS-137), furtadas em Nazareno (MG), foram encontradas em São Paulo (SP). O material está sob a análise da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). (Leia mais abaixo).

Conforme a assessoria da CNEN, as caixas foram encontradas em uma empresa de sucatas na capital paulista, a 432 quilômetros do local de onde foram levadas. Funcionários dessa empresa notificaram o órgão, que na manhã desta segunda-feira (10), encaminhou uma equipe de técnicos para o local.

Ainda conforme a CNEN, as fontes serão levadas para o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), onde passarão por avaliações quanto à integridade, taxas de dose, condições de uso, dentre outras.

A PCMG informou que as investigações estão em andamento, de forma sigilosa, para a completa apuração do fato, sendo que a empresa AMG Brasil foi informada sobre a localização das caixas subtraídas. A polícia não informou ainda como as cápsulas foram parar no local.

Fontes radioativas de césio-137 furtadas de mineradora no interior de MG são encontradas, diz Polícia Civil — Foto: Polícia Civil

Conforme comunicado da AMG Brasil, os equipamentos foram localizados em um estabelecimento comercial que atua com revenda de sucatas no Estado de São Paulo. Ainda conforme a empresa os equipamentos localizados serão encaminhados à AMG Brasil de acordo com as orientações e diretrizes de manipulação e segurança determinadas pela CNEN.

Fontes radioativas de césio-137 furtadas de mineradora no interior de MG são encontradas, diz Polícia Civil — Foto: Polícia Civil

A AMG Brasil também disse que reforça que está sendo conduzida investigação interna independente a fim que sejam apurados os fatos que deram ensejo ao furto ocorrido, e sejam adotadas medidas de melhoria e mitigação de riscos em relação aos seus processos internos de controle.

Buscas pelas cápsulas desaparecidas

Segundo a mineradora AMG, os equipamentos desapareceram no dia 29 de junho. Assim que perceberam, eles acionaram a polícia, fizeram o boletim de ocorrência e acionaram os órgãos de fiscalização.

Desde o dia da notificação do desaparecimento, técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) continuavam as buscas pelas cápsulas de Césio-137 que desapareceram de uma mineradora de Nazareno.

Juntamente com policiais civis e militares de meio ambiente, eles fizeram uma varredura com detectores de radiação em mais de 300 hectares da empresa.

De acordo com a CNEN, outra equipe foi enviada do Rio de Janeiro para Nazareno. O objetivo é verificar as circunstâncias do desaparecimento e também as atuais condições de segurança da empresa.

O que são as fontes desaparecidas

Polícia investiga furto de fontes radioativas de Césio-137 de mineradora em Nazareno, em MG — Foto: CNEM

As fontes furtadas são de Césio-137, confeccionadas em material cerâmico. Elas são duplamente encapsuladas com aço inoxidável e blindadas externamente em aço inox, resistente ao impacto.

Segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear, com atividade individual de 5 mCi, elas compunham equipamentos medidores de densidade, sendo classificadas como de categoria 5, de baixo risco. Vale ressaltar que um milicurie (mCi) equivale a um milésimo de um Curie.

Ainda conforme o CNEN, técnicos do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), unidade da CNEN localizada em Minas Gerais, se dirigiram ao local na sexta-feira (30/06) para levantar todas as informações a respeito do evento e verificar as ações dos técnicos de radioproteção da empresa. Apesar de as autoridades policiais já terem sido acionadas, a empresa continua com a investigação interna e na procura das fontes.

Os técnicos da CNEN permanecem no local, apoiando as atividades de busca para a localização das fontes seladas extraviadas. A mineradora está regularmente licenciada pela CNEN e tem autorização para operação vigente até 30/12/2025.

Conforme a agência, tais fontes, apesar de serem de Césio-137, têm atividade cerca de 300 mil vezes menor do que aquela do acidente de Goiânia. Além disso, essas fontes são confeccionadas em material cerâmico, ou seja, mesmo que fossem violadas em seus invólucros duplos de aço inox não seriam espalháveis como foi a fonte do acidente de 1987.

Essas fontes são classificadas como não perigosas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Por isso, não são esperados efeitos severos à saúde pelo contato com as mesmas. No entanto, é importante continuar as buscas para recuperá-las de tal forma a prevenir exposições desnecessárias.

  • Fonte: G1
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