Forró chama atenção para a conscientização da campanha Não é Não

 

Para muitos, o Carnaval foi encerrado com o famoso enterro dos ossos, que aconteceu no último sábado (17). O tradicional evento acontece após as grandes festanças em todo o país, um momento a mais para curtir a maior tradição da estação, aproveitar e se despedir até a grande folia do próximo ano.

Mas em Campo Grande a festa ainda não terminou. Um grande e diferenciado evento de carnaval animou a noite da Capital nesta quinta-feira (22). Tradicional por suas músicas que marcam um pedaço do Nordeste, o Forró de Quinta é um evento realizado pela Escola Fulô Espaço de Dança, que acontece todo o mês com diversificados temas. Esse mês, para dar continuidade à folia, o tema escolhido foi o carnaval, por isso como tema o Bloquinho do Forró de Quinta.

A Escola também fez a conscientização da Campanha do Não é Não, ação nacional contra a importunação sexual e que Prefeitura de Campo Grande, através da Subsecretaria de Políticas para a Mulher (Semu), manifestou em todos os dias de Carnaval, a fim de combater o assédio e a importunação que as mulheres sofrem no carnaval.

O propósito da campanha foi de contribuir para um carnaval tranquilo, sem nenhum tipo de violência. Como forma de apoio à Fulô Espaço de Dança e contra toda e qualquer forma de violência que as mulheres possam sofrer, a Semu esteve presente no Bloquinho do Forró de Quinta, com a distribuição de botons da campanha Não é Não, com intuito de chamar a atenção, em especial dos cavalheiros que frequentam o baile que situações constrangedoras, como mão boba, puxão de cabelo ou beijo forçado, não devem acontecer em lugar algum: acima de qualquer festa ou dança o respeito vem em  primeiro lugar. A Semu reforça que essas situações são caracterizadas como importunação sexual, um crime previsto no Código Penal no ART. 215-A.

Para a Subsecretária de Políticas para a Mulher, Carla Stephanini, a conscientização faz toda a diferença. “É muito gratificante saber que nossa campanha de Carnaval ainda repercute em outros espaços culturais a exemplo do Forró de Quinta, que nesta noite também fará a divulgação do Não é Não, que as mulheres sejam respeitadas e não sejam importunadas nos espaços de lazer” finaliza.

Felipe Vasconcelos de 36 anos, é militar e mora em Brasília, está a passeio na cidade e é a sua primeira vez no Forró de Quinta, “Conheci o evento através das redes sociais e logo quis vir prestigiar, pois gosto muito de forró. Chegando aqui vi a temática de Carnaval e logo me deparei com os adesivos do Não é Não. Eu, sendo pai de uma menina, acho que qualquer iniciativa de proteger as mulheres é bem-vinda, em especial na dança que você tem o contato mais próximo entre o homem e a mulher, onde deve ser uma dança com muito respeito. Essa campanha é muito importante para as mulheres dando uma ferramenta a mais para que elas possam dizer até que ponto elas estão receptivas na dança”.

“Não é Não, é uma campanha que veio para somar com o Carnaval e com os eventos com forró também. Como é uma dança de contato, o respeito vem acima de tudo, compreender o sentido da palavra não e ver a hora de recuar quando a pessoa se manifesta é o mais importante nessa campanha. Eu sou um dos criadores do Bloco os Forrózeiros MS, gostei muito esse ano do carnaval, pois vi que através de campanhas como essas, a sociedade está se conscientizando bem mais”, aponta o técnico de irrigação e professor de forró Rubens Cordeiro “Grilo”.

A Professora Micheli Lima, proprietária da Escola Fulô Espaço de Dança, e idealizadora do Forró de Quinta, fala sobre o seu projeto, “O Forró de Quinta é um evento que acontece há 06 anos, hoje com uma programação mensal, sempre trazendo um tema para a festa. Não é somente um baile de dança, mas sim um baile em que a pessoa possa entrar em uma temática, como fevereiro sendo o mês do carnaval, tivemos a ideia de trazer esse tema Bloquinho do Forró de Quinta. Tendo em vista a campanha que foi levado para os blocos de Campo Grande, resolvemos trazer também essa campanha para o nosso espaço, considerando que falamos desse assunto continuamente, sobre o respeito às mulheres, ao par que está dançando. O botom traz uma identidade visual muito positiva para todos que chegam em nosso baile, podendo ver que aqui é um lugar que há respeito, que promovemos a campanha de realmente respeitar as pessoas que aqui estão, pois realmente o baile é para dançar e se divertir, sem nenhum tipo de assedio e lembrando que Não é Não”, finaliza.

Aluna da Escola, Fernanda Isfran que é analista administrativa de 28 anos e participante assídua do Forró de Quinta. A apreciadora de forró fala sobre a importância dessa campanha para as mulheres. “Estive participando dos blocos de rua da Capital, já tinha me deparado com a campanha na rua e  tinha achado essencial. Hoje vim, como de costume, para o baile e o pessoal da Semu estava aqui também aonde eu faço aula. Para mim, essa campanha inibe sim a atitude dessas pessoas que tem o hábito de importunar sexualmente a mulher e isso ajuda muito principalmente nos ambientes que nós mulheres estamos mais expostas, exemplo disso é o Carnaval. Na dança tem situações desagradáveis que as vezes acontece também, em que nós não queremos mais estar naquele ambiente por constrangimento, por isso vocês estarem aqui hoje é muito importante para nós do segmento da dança”.

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