Gestão de ego e liderança em um grupo de estrelas: A chegada de Mbappé ao Real Madrid

Liderar, por si só, já é um desafio repleto de complexidade, independentemente do ambiente, seja no esporte ou no mundo corporativo. 

A liderança envolve gestão de pessoas, compreensão dos indivíduos, identificação de perfis e a utilização das ferramentas certas para cada um deles. Tudo isso para garantir que a mensagem do líder seja eficaz e desperte o melhor de cada pessoa individualmente, enquanto potencializa o coletivo. 

No entanto, esse desafio se torna ainda maior em ambientes repletos de jogadores de alto nível, com fortes características de líderes e com muita personalidade, como vemos frequentemente no futebol.

O Real Madrid, campeão recente da Champions League, é um exemplo clássico de um time repleto de grandes jogadores. Esses atletas trazem consigo muita personalidade, ideias, inteligência e uma compreensão profunda do jogo. Algo que, mesmo sendo muito positivo, aumenta consideravelmente o desafio para o treinador, que precisa manter o grupo sob controle, garantindo que todos se sintam respeitados e validados em seus papéis.

Liderar indivíduos omissos, que geralmente apenas dizem “sim”, é uma situação mais confortável. Contudo, lidar com pessoas com conteúdo, personalidade e um histórico de vitórias requer uma abordagem diferente. E a habilidade do líder em construir uma cultura de comunicação transparente e honesta se torna fundamental. 

Além disso, também é importante que um líder saiba ser confrontado, para que, nesse momento, demonstre domínio próprio e tenha conteúdo para se posicionar e convencer por meio de argumentos e não da imposição por estar em um cargo de liderança.

É preciso criar um ambiente em que seja normal “lavar a roupa suja” e dizer o que precisa ser dito de forma profissional, colocando a equipe e a instituição acima de qualquer posição individual.

No vestiário do Real Madrid, cada reunião e cada situação trazem debates e conflitos que precisam ser administrados. As declarações dos jogadores, focando na equipe e não em si mesmos, refletem uma cultura em que a instituição está acima de tudo. Esse alinhamento é essencial e deve ser reforçado constantemente pelo líder.

A chegada de jogadores como Kylian Mbappé, com grande talento e personalidade, exemplifica o desafio contínuo de integrar estrelas em um ambiente já competitivo. É crucial que essas novas peças se encaixem harmoniosamente, compreendendo e respeitando a cultura estabelecida pelo líder. A visão e a direção definidas pelo líder devem ser seguidas por todos, garantindo assim o alinhamento da equipe e, consequentemente, o desempenho coletivo.

Assim como em uma empresa, onde todos os setores devem funcionar de forma harmônica, o time de futebol precisa de uma comunicação constante e clara. Debates e interpretações são importantes, mas a cultura e a instituição devem sempre prevalecer.

Liderar outros líderes é um privilégio que agrega valor e potência à missão do líder. É essencial dominar o próprio ego e a própria vaidade, ouvir e lidar com personalidades fortes de maneira equilibrada. Um ambiente vencedor, composto por pessoas vencedoras, promove uma comunicação eficaz, divisão de responsabilidades e, acima de tudo, coloca a instituição e a cultura em primeiro lugar.

Diego Ribas é ex-jogador de futebol, com passagens por Santos, Flamengo, diversos clubes europeus e seleção brasileira. Atualmente, é palestrante, comentarista, apresentador do PodCast 10 & Faixa, garoto-propaganda de empresas como Genial Investimentos, Adidas, Colgate e Solides, e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

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