Lutando contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o Goiás deu um passo importante para a transformação do clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Em Assembleia Geral realizada no ginásio da Serrinha, em Goiânia, foi aprovada uma mudança no estatuto que torna possível a mudança do modelo de gestão.
“O que mudou foi a forma jurídica presidencialista para um modelo gerido por um Conselho de Administração, com três membros eleitos pelo Conselho Deliberativo e dois remunerados, que serão contratados por uma empresa de renome”, conta Edmo Mendonça Pinheiro, presidente do Conselho Deliberativo do Goiás, conhecido como Edminho, em entrevista à Máquina do Esporte.
O presidente do Conselho de Administração será o diretor institucional estatutário do Goiás, representando o clube em suas relações institucionais. Já o CEO irá comandar o dia a dia do time goiano, comandando e supervisionando o trabalho de quatro executivos: diretor de futebol; o diretor administrativo, financeiro e de operações; o diretor de patrimônio, marketing e novos negócios; e o diretor de esportes olímpicos, paralímpicos, iniciação esportiva e social.
“Essa é uma preparação para receber um investidor. O Goiás vem recebendo muitas consultas. Porém, nunca evoluiu nada por causa do antigo estatuto”, conta Edminho.
Investidor
Para o dirigente, o clube conta com as condições adequadas para receber um bom aporte de investimento.
“O Goiás é um clube com quase zero de dívida. Tem dinheiro em caixa. Então, diferentemente de outros times, não vamos fazer SAF vendendo o almoço para comprar a janta”, define Edminho, referindo-se a clubes que venderam seus ativos em um momento de extremo endividamento, como Botafogo, Cruzeiro e Vasco.
Segundo o relatório Convocados referente às finanças dos clubes em 2022, o Goiás tinha uma dívida de apenas R$ 24 milhões. Por outro lado, as receitas líquidas do time goiano na última temporada foram de R$ 97,172 milhões. O clube vê a chegada de um investidor como a oportunidade de voltar a ter condições financeiras de ser competitivo na elite do Brasileirão.
“Nós investimos apenas R$ 500 mil neste Brasileirão. Se for comparar, na última janela [de transferências], o Vasco gastou R$ 109 milhões, o Bahia, R$ 85 milhões, o Palmeiras, R$ 51 milhões. Mesmo o Cuiabá, que tem uma SAF própria, gastou R$ 15,5 milhões”, compara o dirigente.
Atualmente o Goiás é o 18º colocado do Brasileirão, com 35 pontos. Curiosamente, o clube luta contra o rebaixamento contra times geridos por SAF, como Cruzeiro, Vasco e Bahia. O Coritiba, em 19º lugar com 29 pontos, é outra SAF na zona da degola. Seis pontos atrás do Goiás, o time paranaense está muito próximo de confirmar a queda.