Diagnosticado com uma infecção generalizada, o senhor Paulo Roque Benites, 56 anos, morador de Campo Grande, teve uma cirurgia negada pelo Hospital Auxiliadora, por simplesmente não ser residente no município de Três Lagoas.
Taís conta que seu pai é caminhoneiro e na última quarta-feira (4), ele foi ao município para descarregar o veículo. Na noite do mesmo dia, ela conta que Paulo passou mal e procurou o Hospital Auxiliadora. Após fazer os exames ele foi liberado durante a madrugada.
Por volta das 8h do dia seguinte, Taís conta que o pai teve uma queda de temperatura que o deixou paralisado. Uma ambulância foi acionada, mas por conta da demora, acabou sendo socorrido por terceiros.
Ao chegar no Hospital Auxiliadora, Paulo ficou das 11h até meia-noite para seguir para UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Após novos exames, foi detectado que ele estava com uma pedra na vesícula, que havia descido e entupiu um canal biliar, o que acabou causando uma infecção generalizada, que pode paralisar os órgãos do paciente e o levar à óbito.
Mesmo diante de toda a situação, os médicos se recusaram a fazer a cirurgia em Paulo por questões contratuais entre o hospital e a prefeitura do município.
“O médico me informou que não podia ser feita essa cirurgia no meu pai, porque ele é morador de Campo Grande, e que, de acordo com uma funcionária, ela falou para mim que é uma questão contratual entre o hospital e a prefeitura”, explicou Thaís.
Mesmo sabendo de toda a estrutura e condições do hospital para operar o seu pai, Taís precisou recorrer da Defensoria Pública e com muita insistência conseguiu uma liminar onde o hospital terá que fazer a cirurgia no paciente, que ficou marcada para este domingo (08).
“E mesmo que o meu pai sendo do Sistema Único de Saúde, é direito do Estado oferecer saúde para o cidadão, e eles não queriam fazer”, finalizou a jovem.