Os irmãos do menino de 8 anos, espancado pelo padrasto de 40 anos, com cabo de vassoura, não estão no mesmo convívio, no Jardim Noroeste, em Campo Grande.
Conforme apurado pela reportagem, o filho mais velho da mulher de 31 anos está morando com o pai no Rio de Janeiro, enquanto o filho agredido está em um abrigo.
Já a bebê de 2 meses está sob os cuidados da mãe, indicada por maus-tratos.
Conforme depoimento do padrasto na delegacia, após denúncia de agressão contra o enteado, o motorista de caminhão confirmou que ele em um ano de convivência com a esposa, agrediu outras vezes a criança com chinelo, uma faixa e até mesmo com as mãos.
O homem disse a polícia que a esposa é uma boa mãe, mas já perdeu a paciência com o comportamento e também agride o filho com chinelo, vara e com as mãos.
Para justificar o crime, o padrasto disse que bateu para corrigir o enteado depois do menino sujar as paredes da vila de casas com barro.
O autor colocou o menino para limpar, mas segundo ele, foi xingado pela criança que disse: “Não vou limpar nada, babaca”.
O homem não justificou sobre a criança ficar trancada para fora de casa na chuva, mas disse que o menino é uma criança difícil de lidar. Segundo ele, o menino entra na casa dos vizinhos, fuma cigarros e bebe as cervejas que encontra.
Denúncia
Cansados de presenciar o abandono, os maus-tratos e as agressões contra a vítima, vizinhos colocaram câmera de segurança em uma das casas onde tiveram como provar.
O TopMídiaNews trouxe uma série de imagens onde mostram o estado de vulnerabilidade da criança no convívio familiar. Segundo a denunciante, o caso já havia sido informado a polícia há 3 meses, mas só foi formalizada nesta segunda-feira após divulgação das imagens.
O jornal divulgou ontem imagens do menino sendo espancado pelo padrasto que quebra um cabo de vassoura contra o braço da criança na frente da mãe.
Outros vídeos enviados a redação mostram o menino trancado do lado de fora de casa na chuva, enquanto a mãe o observa e entra logo em seguida. E em outra data o menino ainda tenta fugir pulando o portão.
O vídeo do menino nu, neste domingo (25), foi a última denúncia feita pela população por não aguentar ouvir e presenciar a violência e o abandono.
A Polícia Militar foi acionada no domingo e compareceu ao endereço na presença do Conselho Tutelar e Comissão de Direitos das Crianças da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil), mas os familiares não foram levados e nem a criança acolhida, por segundo testemunhas, falta de prova.
Na manhã de segunda-feira (26), quando os vídeos foram divulgados, o Conselho Tutelar retornou a residência e recolheu a criança.
Mãe e padrasto foram indiciados por maus-tratos.