Fabiana Zottino é uma verdadeira inspiração. Mãe de uma criança “arco-íris” de 7 anos, a jornada dela pela maternidade é marcada por desafios e perdas, porém, também de felicidades e alegrias.
Os bebês arco-íris são crianças que nascem de uma mãe que sofreu anteriormente um aborto espontâneo ou que teve um filho morto prematuramente. Para muitas mães que sofreram com a perda prematura de um filho, a chegada de um novo bebê é a luz que vem depois de uma tragédia, como o arco-íris que vem depois da tempestade.
Após dois anos e oito meses tentando engravidar, em 2015, Fabiana recebeu uma das maiores notícias de sua vida: a que seria mãe. Segundo ela, a descoberta foi uma surpresa, pois já havia perdido as esperanças após um diagnóstico de ovários policísticos.
“Quando descobri a gravidez, já estava de três meses. Foi um susto, mas, ao mesmo tempo, não me cabia de tanta emoção por realizar meu sonho de ser mãe”, lembra.
Ela relembra que enfrentou algumas complicações durante a gestação, entre elas, a pressão alta, que controlava com medicação. Fabiana começou o pré-natal em Mato Grosso e com sete meses precisou voltar para Campo Grande, onde continuou o acompanhamento.
No entanto, em novembro, com 40 semanas de gestação, ela começou a perceber uma perca de líquido, sendo encaminhada para a maternidade. Fabiana foi examinada, porém, em seguida liberada, com a alegação de que não estava na hora, pois não tinha dilatação.
A equipe médica pediu para ela retornar no outro dia, pela manhã, e assim ela o fez, mas já era tarde de mais, pois ele já tinha falecido. “Quando descobri que meu bebê havia morrido, foi como se tivesse aberto um buraco na minha frente. Achei que era um engano, que estavam errados. Eu não conseguia acreditar, mas após o parto a ficha caiu”.
Enfrentou a dor mais profunda que uma mãe pode suportar, a tragédia abalou Fabiana, deixando um vazio avassalador no coração. Ela então entrou em depressão, começou a realizar terapia e tomava antidepressivo para lidar com a perda, até descobrir que estava novamente grávida.
“A descoberta foi um choque para mim. O dia que fez 3 meses que ele faleceu, eu descobri a gravidez dela. Quando confirmei a gravidez, eu falei que nunca mais iria tomar um antidepressivo novamente, pois Deus havia me dado uma nova oportunidade de ser mãe. A minha vida mudou ali. Sinto falta do meu filho, mas tenho uma filha que veio para amenizar toda aquela dor”, relata.
Fabiana explica que o período de gravidez dela foi tranquilo, mas, no final da gestação, afirma que sentiu muito medo de perder um filho novamente. No entanto, em 23 de novembro de 2016, nasceu sua tão esperada filha, trazendo consigo uma nova promessa de esperança e renascimento.
“Fiquei com o coração apertado até o momento em que ela nasceu e eu ouvi o primeiro chorinho dela. Aí foi só alegria e emoção. Desde então, voltei a sorrir novamente”, compartilhou. Detalhe, sua filha nasceu dois dias após ter completado um ano do nascimento do primeiro filho.
Apesar da alegria que sua filha trouxe, Fabiana reconhece que a dor da perda nunca desaparece completamente. “Confesso que o dia mais difícil para mim é o Dia das Mães. Nesta data é a que eu mais penso nele e sinto falta. É uma dor que nunca passa, mas que aprendemos a viver com ela”, compartilhou.
No entanto, hoje, Fabiana é uma mãe completa, abraçando tanto a memória do filho ‘anjo’ quanto a alegria da filha ‘arco-íris’. “Fora o acontecido, me sinto a pessoa mais feliz do mundo. Meu sonho sempre foi ter um casal de filhos e eu tenho o meu casal: meu eterno anjo e minha arco-íris, que são tudo na minha vida. Ser mãe é a melhor experiência de vida que uma mulher pode ter. A experiência de vida mais incrível que eu tive”, finaliza.