Conseguir dinheiro para bancar o tratamento médico da filha, de apenas 7 anos, era o que Gabriele do Prado Lopes Bethencourt queria até ser vítima de um estelionatário em Campo Grande.
Gabriela mora na área rural com a família e, para pagar as despesas médicas do tratamento de saúde da filha, negociou 12 cabeças de gado e um veículo Chevrolet Celta. No entanto, acabou adquirindo um problema ainda maior.
“Estávamos vendendo para pagar as despesas médicas, consultas e exames para fechar o diagnóstico da Júlia, que seria feito em outros estados. O dinheiro também era para pagar dívidas que já tínhamos, pois estamos há mais de anos indo para hospitais fora do estado tentando fechar o diagnóstico, e os custos são altos, pois é tudo particular”, explicou a mulher.
Ela relata que a venda do veículo e do gado foi realizada em agosto, e só depois ela e a família perceberam que haviam caído em um golpe. Até agora, eles não receberam nenhum centavo pela suposta venda e pedem ajuda para recuperar os produtos que perderam.
Em um dos boletins de ocorrência registrados, a vítima relatou que vendeu o veículo pelo valor de R$ 11 mil e, mediante um contrato, mas na data combinada do pagamento, o comprador sumiu.
A vítima até conseguiu conversar com o autor da compra através de mensagens, onde foi combinado que ele devolveria o veículo; no entanto, o mesmo não o fez e ainda mandou uma foto apontando uma arma, ameaçando a vítima.
“Estamos tentando pelo menos conseguir nossas vacas e nosso carro de volta. A dívida que tínhamos está ainda mais alta, e até a nossa conta de luz está atrasada por conta desse golpe”, argumentou Gabriela.
Mesmo com boletim de ocorrência registrado, Gabriela diz temer pela vida dela e de seus familiares, principalmente após as ameaças que recebeu após o ocorrido.
“A gente só vive preso em casa. Como vamos sair? Tenho crianças pequenas, e um dos meus filhos é autista. Vivemos com medo porque não sabemos do que esse bandido é capaz”, concluiu a mulher.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
Ajuda para Júlia
Mesmo com tudo o que tem acontecido, Gabriela não vai desistir de buscar ajuda para tentar chegar a um diagnóstico para a filha Júlia, de apenas 7 anos. A criança apresenta sintomas de convulsão, dores no corpo, principalmente dor na cabeça, dor abdominal e dor nas pernas, além de perda de memória, que às vezes dura segundos, outras vezes minutos.
“Já ouvimos nesses anos de luta (desde 2016) médicos falarem inúmeras coisas. Que podia ser aquele verme do porco, que achavam que podia ser lúpus eritematoso e que podia ser até leucemia. Eles sempre só ‘achavam’, nunca tiveram certeza do que a Júlia tem”, disse a mãe da criança.
Gabriela explica que o caso da Júlia está na Defensoria da União desde 2018, e até hoje, nem os exames mais simples foram pagos. A menina já realizou e está realizando vários exames que estão sendo pagos por conta própria. “Infelizmente, depender e esperar da Justiça está difícil”.
O objetivo da família é levar Júlia para o Hospital Pequeno Príncipe de Curitiba para exames mais aprofundados. A mãe da menina disse que em março desse ano conseguiu uma consulta para o hospital, só que no particular, pois não foi possível o encaminhamento do SUS (Sistema Único de Saúde). E, por ser particular, além da consulta, haverá exames laboratoriais e exames de imagem para realizar, e tudo é pago.
Diante da situação, Gabriela continua organizando uma vaquinha solidária para arrecadar dinheiro e levar a filha para Curitiba, onde tentará chegar ao diagnóstico da menina.
“Precisamos muito saber o que minha filha tem e iniciar um tratamento o mais rápido possível. Este é um pedido de uma mãe que está cada dia mais preocupada, pois não existe dor pior nesse mundo do que ver sua filha doente e nem sequer saber o que ela tem, e o pior é o medo de, em uma dessas crises, a minha Júlia não voltar para mim”, concluiu a mãe.
Quem puder ajudar na vaquinha solidária em prol da pequena Júlia, basta acessar o link https://www.vakinha.com.br/vaquinha/fechar-diagnostico-da-julinha?utm_campaign=whatsapp&utm_content=3520342&utm_medium=website&utm_source=social-shares.
Ou pode doar qualquer valor usando a chave pix: 3520342@vakinha.com.br.
