Muito além do futebol: NFL no Brasil conquista fãs, agita redes sociais e gera oportunidades para os “creators”

Mesmo para quem nunca viu ou foi em um jogo de futebol americano foi difícil ficar indiferente ao fenômeno que aconteceu na Neo Química Arena, na capital paulista, que sediou a disputa entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers, em jogo válido pela Semana 1 da temporada regular da NFL. Sucesso instantâneo, os ingressos para a partida se esgotaram em poucas horas após a abertura das vendas e cerca de 47 mil torcedores tiveram a sorte de prestigiar o primeiro evento da liga realizado na América do Sul.

Em meio a toda essa magnitude, podemos dizer que é possível ampliar e potencializar ainda mais acontecimentos desse porte? A resposta acaba levando a um denominador comum: sim, com o marketing de influência.

A cobertura realizada por influenciadores não é uma novidade, mas a cada nova oportunidade fica ainda mais evidente que hoje não existe mais um evento de sucesso, seja musical, cultural ou esportivo, sem considerarmos a presença de criadores de conteúdo.

Os “creators” mudaram a relação entre os fãs e o esporte, transformando partidas em eventos e, principalmente, trazendo uma proximidade entre o estádio e o on-line, o que gera uma conexão mais profunda entre os públicos. As redes sociais permitem um alcance exponencial e impactam milhões de pessoas, que conseguem acompanhar a disputa da própria casa por meio das mídias digitais. Para os criadores de conteúdos, podemos cravar, sem dúvida, que essa é uma janela de oportunidades bastante atrativa.

Segundo um levantamento da Sponsorlink, realizado pelo Ibope Repucom, o futebol americano chegou a uma base de 37 milhões de torcedores no Brasil, ou seja, o país está em 3º lugar entre os fãs da modalidade, atrás apenas de Estados Unidos e México. Também não é novidade para ninguém que o brasileiro ama futebol, ou melhor, ama esportes, afinal, somos uma nação apaixonada, entusiasmada e ávida por modalidades esportivas.

E nada melhor que a NFL para conquistar ainda mais esses corações. Muito mais que um jogo, o espetáculo contou com atrações como a apresentação da cantora Anitta durante o Show do Intervalo, além da presença de outras personalidades, como Luísa Sonza e Zeeba.

Essa soma de tantos fatores importantes não poderia ter dado errado. De acordo com um estudo da BR Media, as menções sobre a expectativa da partida e a apresentação de Anitta e Sonza registraram grande número de interações. Em sua maioria com teor positivo. O nome de Anitta registrou um aumento de 566% nas buscas no dia do jogo. Já Luísa Sonza obteve um crescimento de 257% nas buscas. E mesmo com o bloqueio do X no Brasil, a disputa teve, ainda, uma reverberação a nível mundial, por meio das mídias digitais. Celebridades e atletas de todo o mundo comentaram sobre a energia e a paixão da população brasileira, que em grande parte foi exposta pelos criadores de conteúdo e fãs que estiveram presentes no evento.

Outros movimentos, mesmo antes da bola oval rolar, marcaram esse período. Um deles foi o canal oficial de transmissão da NFL no Brasil, a ESPN, anunciar Fausto Carvalho, o Jorginho, como seu diretor de marketing. O “Menzinho Chefe” teve a missão de mostrar seu talento como jogador de futebol americano e visitou os estúdios da emissora para interagir com a equipe de especialistas, abordando temas desse esporte que tem muitos termos em inglês e em que a regra ainda é desconhecida por boa parte da população brasileira.

Além da ESPN e da RedeTV!, canais que transmitem a temporada regular para o Brasil, o jogo também teve transmissão gratuita e on-line no YouTube, pela Cazé TV, onde o vídeo da partida na plataforma já registra mais de 2,9 milhões de visualizações. Nos três canais, pudemos ver uma série de influenciadores criando conteúdo e conectando diversos perfis de público presentes nas suas redes sociais para acompanhar as transmissões, o que demonstra como as redes sociais são aliadas para disseminar a cobertura dos eventos, seja via YouTube com transmissões oficiais na íntegra ou por meio de cortes e pílulas quase em tempo real pelo Instagram.

Toda essa mobilização e movimentação positiva dando voz para o mercado dos criadores não é algo novo, mas reforça que as oportunidades para o empreendedorismo digital são infinitas e em escala. É gratificante ver o crescimento da nossa indústria de marketing de influência e ter ainda mais clareza de que ela não tem barreiras ou fronteiras e que ainda temos muito espaço para expandir.

Bruno Ranieri é head de esportes do Grupo BR Media e atua há 19 anos no desenvolvimento de negócios no universo esportivo ajudando marcas a se conectarem com o esporte e terem eficiência com a gestão dos seus patrocínios, como na Copa do Mundo do Brasil 2014 com a Hyundai e nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e na Conmebol Libertadores entre 2015 e 2018 com a Bridgestone. Ele ainda liderou a estratégia de monetização da Conmebol Libertadores e da Uefa Champions League no Facebook Watch em 2019 e, em seguida, juntou-se à LiveMode, colaborando, entre outros trabalhos, para a criação da Cazé TV na Copa do Mundo do Catar 2022 e o patrocínio do Itaú na Copa do Mundo Fifa Feminina 2023.

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