País chegou a 31 medalhas, mesmo total da China, líder no quadro geral
A delegação brasileira garantiu mais sete pódios (um ouro, duas pratas e quatro bronzes) nesta sexta-feira (14) no Mundial de Atletismo Paralímpico, em Paris (França), e empatou com a líder China, ao totalizar 31 medalhas. O Brasil segue em segundo lugar, pois soma menos ouros e pratas que o país asiático. O Mundial, primeira competição da modalidade após os Jogos de Tóquio, em 2021, termina na próxima segunda (17). O país conta com 54 atletas e 11 guias em Paris.
A velocista paraense Fernanda Yara, de 46 anos, faturou o único ouro do dia – e a primeira medalha dela em mundiais – na prova dos 400m da classe T47 (atletas amputadas de braço). A paraense completou a distância em 57s30, seu melhor índice na temporada. O pódio teve dobradinha brasileira: a potiguar Maria Clara Augusto, de 19 anos – caçula da equipe feminina e estreante em Mundiais – chegou em terceiro, com o tempo de 58s49 e ficou com o bronze. A chinesa Lu Li (58s13) assegurou a prata.
“Estou no Movimento Paralímpico desde 2008, mas tive muitas dificuldades no começo. Antes de me tornar velocista, era corredora de rua. Mudei de cidade. Mas, depois que comecei a treinar no Centro de Treinamento Paralímpico, tive acesso àquela estrutura que me faz melhorar a cada dia mais”, afirmou Fernanda Yara, velocista com má-formação congênita no braço esquerdo, abaixo do cotovelo, em depoimento à Confederação Paralímpica Brasileira (CPB).
O 🇧🇷 é imenso.
Fernanda Yara, do Pará , é 🥇 nos 400m (T47) 🗣️🗣️🗣️
Maria Clara Augusto, caçulinha da delegação entre as mulheres (19 anos), potiguar de Natal, é 🥉.
É a quinta vez que temos um pódio duplo do Brasil neste Mundial de atletismo de Paris pic.twitter.com/vArIlcMe0r
— Comitê Paralímpico Brasileiro (@cpboficial) July 14, 2023
Quem também debutou em grande estilo em Mundiais nesta sexta (14) foi a piauiense Antônia Keyla, de 28 anos, que faturou a prata na prova dos 1.500m da classe T20 (deficiência intelectual) e cravou o novo recorde das Américas com o tempo de 4min30s75. O índice anterior (4min28s66) era da norte-americana Kaitlin Bounds, obtido em 2017. O ouro ficou com a polonesa Barbara Bieganowska (4min28s66) e o bronze com a ucraniana Liudmyla Danylina (4min23s93).
“Não tem explicação. Demorei a chegar aqui. Essa medalha de prata é muito importante para mim, é a realização de um sonho. Por vários momentos da minha vida, pensei em parar. Mas eu continuei e hoje fui premiada por isso”, comemorou Keyla, nascida na cidade de Água Branca (PI).
Também estreante na competição mundial, a amapaense Wanna Brito, de 27 anos, garantiu a prata com a marca de 6,80 m no arremesso de peso da classe F32 (paralisados cerebrais). A vencedora foi a ucraniana Anastasiia Moskalenko (7,50m) e a australianaRosemary Little (6,33) ficou em terceiro lugar.
“Essa medalha representa muito trabalho, suor, luta, treino. E muito choro. Não foi fácil, foi muito difícil conseguir essa medalha. Agradeço aos meus técnicos, ao CPB, e à equipe toda”, disse a atleta nascida em Macapá.
Nas provas de pista hoje foram três bronzes. O paranaense José Alexandre Martins, de 19 anos, chegou em terceiro lugar nos 400m T47 (amputados de braço), ao cruzar a linha de chagada em 49s00. O ouro ficou com o marroquino Ayoub Sadni (46s78) e a prata com o norte-americano Tanner Wright (48s95).
Também nos 400m, mas na classe T37 (paralisados cerebrais), quem levou o bronze foi o maranhense Bartolomeu Silva, de 22 anos, como tempo de 53,94. O ucraniano Yaroslav Okapinskyi (52s23) chegou em primeiro lugar e em segundo ficou o polonês Michal Kotkowsi (52s62).
É BRONZE PRO BRASIL! 🥉🇧🇷
Bartolomeu Silva, o nosso Passarin, conquistou sua 1⁰ medalha em mundiais, um bronze nos 400m T37. Parabéns! 💛💚#MundialDeAtletismo#Paris2023 pic.twitter.com/pwrSQoGHhO
— Comitê Paralímpico Brasileiro (@cpboficial) July 14, 2023
O último brasileiro a subir ao pódio hoje foi Ariosvaldo Fernandes, também conhecido como Parré, terceiro colocado na prova dos 100m da classe T53 (atletas que competem em cadeiras de rodas). O paraibano de 46 anos completou a distância em 14s91. O ouro ficou com o tailandês Pongsakorn Paeyo (14s51), de 26 anos, e a prata com o saudita saudita Adbulrahman Alqurashi (14s84), de 25 anos.
“Final é final. Tive um pequeno erro no percurso da prova e isso me custou a medalha de prata. Sabia que iria ser uma prova muito complicada. Mas estou feliz pelo bronze, que tem um gostinho de ouro. É um trabalho e um esforço muito grande para estar aqui. Agora vamos nos dedicar para voltar ano que vem em Paris”, afirmou.
- Fonte: Agência Brasil