Quem mora em Campo Grande já esta acostumado a ver a floração de inverno da cidade, com diversas flores e cores, principalmente os Ipês, Jaracandás, a Chapéu-de-couro e o Capitão do Campo, algumas até são confundidas entre si.
O biólogo, Geraldo Alves Damasceno Junior, professor de Botânica na UFMS, explica que Campo Grande é uma cidade que está localizada no meio do Cerrado, logo essas plantas que florescem entre agosto e setembro são típicas do Cerrado, que é a vegetação que tem uma das maiores biodiversidades do mundo em número de espécies e savanas.
Entre as principais, ele destaca a Salvertia Convallariodora, planta nativa do Cerrado. “É uma planta da família Vochysiaceae que tem como característica armazenar alumínio, porque o solo do Cerrado é rico em alumínio que as vezes é tóxico para algumas plantas, mas para essa ai não”.
A Servertia tem a folhas bem grandes, meio duras, a ramificação torta, exótica e bonita, as flores são grandes e de acordo com o especialista, exalam cheiro a noite e são polinizadas ainda durante a noite por mariposas, o que as torna, “importante para arborização da cidade”.
Jacarandá
Já uma bem conhecida por seu topo roxo, e não, não é o Ipê, é o Jacarandá-Mimoso que floresce entre agosto e setembro, muito visto em Campo Grande. “As folhas são diferentes, os Ipês tem aquelas folhas que parecem a palma da mão (Folha digitada para o amarelo e roxo, e trifoliada para o branco), já o Jacarandá tem a folha parecida com a folha de Sibipiruna”, afirmou Geraldo.
Ainda conforme o biólogo, as cores do Jacarandá tendem a ser de um tom de roxo mais acentuado. “Também ocorre no cerrado, em áreas com solo mais fértil, com menos alumínio, diferente da selvertia”.
Terminalia
Também conhecida por florescer nessa época do ano, a Terminalia Argentea, ou Capitão-do-campo tem as folhas simples, alternas, grandes, concentradas no ápice dos ramos, os frutos da florada do ano anterior amadurecem quase simultaneamente com o novo florescimento, entretanto permanecem na arvore por mais algumas semanas.A planta apresenta características ornamentais e se adequam a terrenos secos.
O biólogo Geraldo Alves ainda dá uma dica, para possíveis viveiros. “Ainda não temos uma estrutura de viveiro que venda essas plantas, Campo Grande tem uma vocação natural para flores, se alguém começar a plantar e começar a explorar esse mercado de plantas nativas, que podem ser utilizadas na arborização da cidade, ou mesmo ornamentais, é um ramo inexplorado, acredito que é um mercado bastante promissor”, concluiu.
Ipê amarelo
Esse a gente não consegue confundir, e vem sempre perto do aniversário da cidade morena, o Ipê amarelo tem a árvore fica completamente despida quando não está na sua época. No início da primavera, entretanto, ela começa a se encher com sua floração amarela. As folhas são digitadas com cinco folíolos, mais duros e coriáceos, é de germinação fácil, desenvolvimento rápido.
Ipê Branco
Além da cor, uma das principais diferenças entre o Ipê branco e amarelo, são o topo e as folhas. O branco tem a copa é piramidal, com folhas compostas, trifoliadas. Deve ser cultivada sob sol pleno, em solo fértil, drenável e irrigado regularmente no primeiro ano de implantação, sendo também resistente a períodos de estiagem.
Entenda a diferença entre as folhas, explicadas na matéria com uma ilustração: