O que é e como se forma um vulcão submarino?

Os vulcões, majestosos e imponentes, são fenômenos naturais que despertam a curiosidade e o fascínio de cientistas e leigos por igual. Embora muitos associem essas maravilhas geológicas a paisagens terrestres, há um mundo submarino repleto de vulcões submarinos que permanecem em grande parte desconhecidos. Neste artigo, mergulharemos nas profundezas oceânicas para entender o que é um vulcão subaquáticos, como se formam e a sua importância.

O que é um Vulcão Submarino?

Um vulcão submarino, ou vulcão subaquático é uma estrutura geológica que emerge do leito oceânico, liberando magma, gases e outros materiais para a água circundante. Esses vulcões são parte integrante do vasto sistema vulcânico que cobre nosso planeta, mas sua existência muitas vezes escapa à atenção devido à sua localização remota nas profundezas dos oceanos. Ao contrário dos vulcões terrestres, os vulcões submarinos apresentam desafios únicos para os cientistas que buscam estudá-los devido à sua difícil acessibilidade.

A formação de um Vulcão subaquáticos

A formação de vulcões submarinos compartilha semelhanças com a dos vulcões terrestres, mas há diferenças cruciais. A atividade vulcânica submarina geralmente ocorre nas cristas oceânicas, que são extensões lineares de elevações no leito do oceano. Nessas áreas, as placas tectônicas se afastam, permitindo que o magma alcance a superfície e crie novas crostas oceânicas.

O processo inicia-se com a ascensão do magma do manto terrestre para a crosta oceânica. Ao encontrar água, esse magma pode solidificar rapidamente, formando uma série de cones vulcânicos submarinos. À medida que esses vulcões crescem, podem criar ilhas vulcânicas se emergirem da superfície do oceano. Entretanto, muitos vulcões submarinos permanecem completamente submersos, tornando sua detecção uma tarefa desafiadora.

Características dos Vulcões Submarinos

Os vulcões submarinos apresentam características únicas que os distinguem de seus primos terrestres. Suas erupções, muitas vezes, não são visíveis à superfície, mas podem ser detectadas por instrumentos sísmicos e sonares especializados. Além disso, a água do oceano desempenha um papel crucial na forma como esses vulcões se desenvolvem. A rápida resfriamento do magma devido à água circundante resulta em formações rochosas peculiares, conhecidas como “pillow lavas” (lavas em almofada), que se assemelham a almofadas ou travesseiros.

A pressão da água nas profundezas também afeta a maneira como os vulcões submarinos entram em erupção. Diferentemente dos vulcões terrestres, onde a pressão atmosférica pode influenciar o tipo de erupção, nos vulcões submarinos, a pressão da água desempenha um papel fundamental. Isso pode levar a erupções mais explosivas, com a liberação de gases dissolvidos na água.

O maior Vulcão Submarino: Tamu Massif

Entre os vulcões submarinos, um se destaca como o maior conhecido até o momento: Tamu Massif. Localizado no noroeste do Oceano Pacífico, o Tamu Massif é um colossal vulcão subaquático em escudo que se estende por uma área de aproximadamente 310.000 quilômetros quadrados. Sua descoberta foi um marco significativo na compreensão da atividade vulcânica submarina e apesar de possuir quase 4 quilômetros de altura, o seu topo não alcança a superfície.

O Tamu Massif foi inicialmente confundido com uma formação geológica diferente, pois sua vastidão era difícil de ser compreendida a partir de observações superficiais. No entanto, pesquisas mais aprofundadas revelaram sua verdadeira natureza como um gigantesco vulcão submarino. Sua origem remonta a milhões de anos, e sua vasta extensão o coloca como o maior vulcão conhecido na Terra.

imagem do relevo do vulcão subaquático Tamu Massif
Imagem: IODP/Reprodução

A importância científica dos Vulcões Submarinos

A pesquisa sobre vulcões submarinos desempenha um papel crucial na compreensão dos processos geológicos que moldam a crosta terrestre. Além disso, essas estruturas têm implicações significativas para a biodiversidade marinha. As emissões de minerais e gases provenientes dos vulcões subaquáticos podem enriquecer as águas circundantes, proporcionando condições favoráveis para a vida marinha.

A fauna associada aos vulcões submarinos muitas vezes inclui organismos únicos e adaptados a ambientes extremos. Bactérias, por exemplo, encontram condições ideais para prosperar nas aberturas hidrotermais associadas a esses vulcões, onde a pressão e a temperatura são elevadas. O estudo desses organismos extremófilos não apenas amplia nosso entendimento da vida na Terra, mas também fornece insights valiosos para a busca por vida em outros planetas.

Apesar dos avanços tecnológicos, a exploração de vulcões submarinos apresenta desafios significativos. As grandes profundezas dos oceanos tornam a acessibilidade difícil, exigindo tecnologias avançadas de veículos submarinos não tripulados (ROVs) e submarinos tripulados (submersíveis). Além disso, a pressão nas profundezas extremas é uma barreira que impõe limitações às estruturas dos equipamentos utilizados.

A falta de visibilidade direta também complica a coleta de dados precisos. Em muitos casos, a pesquisa depende de instrumentos remotos, como sonares e câmeras, para mapear e estudar vulcões submarinos. Isso significa que, mesmo com tecnologia avançada, ainda há muitos mistérios a serem desvendados nas profundezas do oceano.

Os vulcões submarinos, com sua majestade oculta nas profundezas oceânicas, representam uma área fascinante da pesquisa geológica. Desde a formação única dessas estruturas até a vida marinha que floresce em seus arredores, cada aspecto desse ambiente desafia e inspira cientistas. A descoberta do Tamu Massif, o maior vulcão submarino conhecido, apenas arranha a superfície do vasto e desconhecido mundo submarino.

À medida que a tecnologia avança e os cientistas continuam a aprimorar suas habilidades de exploração, podemos esperar desvendar mais segredos sobre os vulcões submarinos e as complexidades dos processos geológicos associados. Cada nova descoberta nos leva um passo mais perto de compreender plenamente a incrível diversidade e dinâmica do nosso planeta, revelando os mistérios guardados nas profundezas dos oceanos.

 

Fonte: Olhar Digital

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