Agregar valor a carne suína com sustentabilidade, promovendo uma economia circular nas propriedades gerando energia limpa, biofertilizantes e adotando práticas cada vez mais tecnológicas na suinocultura estadual. A proposta que já uma bandeira do Governo do Estado em ser Estado Carbono Neutro até 2030, foi reforçada ontem (20) com o lançamento do Programa ASUMAS (Associação Sul-matogrossense de Suinocultores) de Sustentabilidade, no auditório da Famasul.
O programa tem por objetivo promover a sustentabilidade da cadeia suinícola do Mato Grosso do Sul, por meio de ações de pesquisa e desenvolvimento, comunicação empresarial e transferência de tecnologias, além de fornecer subsidios para a elaboração de políticas públicas.
A proposta que pode garantir mais valor agregado a carne suína e fazer com que seja reconhecida no mercado é uma bandeira do Governo do Estado. Por isso o programa está totalmente alinhado a estratégia de MS, realizar o ciclo completo de produto e mitigar os processos de carbono. As afirmações foram feitas ontem pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck que juntamente com o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico e Sustentável Rogério Beretta, participou do lançamento do PAS. “É o que queremos para o Estado. Que este produto final da suinocultura de MS consiga agregar vaalor com sustentabilidade, o mercado reconheça que esta carne tem que ter remuneração diferenciada”, salientou.
Também estiveram presentesao evento pela Semadesc o secretário executivo de Ciência e Tecnologia Ricardo Senna, o diretor presidente do Imasul André Borges e o coordenador de Pecuária da Semadesc, Marivaldo Miranda.
Alinhamento
O secretário reforçou que todas as ações do PAS estão alinhadas as políticas públicas da Semadesc que incentivam a atividade por meio do programa Leitão Vida, do Governo do Estado, que neste ano já repassou mais de R$ 50 milhões em incentivos aos suinocultores estaduais que investem na adoção de novas tecnologias e projetos de pesquisa.
Atualmente a suinocultura estadual conta com mais de 110 mil matrizes em produção. O Estado é hoje o 6º no ranking brasileiro de abates com mais de 2,7 milhões de cabeças e produção de 247 mil toneladas de carne em 2022. São 126 empresas atuando no setor com geração de 16 mil empregos, e mais de R$ 16 bilhões de movimentação de produção.
“O Programa Asumas de Sustentabilidade, não só coloca Mato Grosso do Sul na vanguarda, superando até mesmo estados mais tradicionais na suinocultura, mas também destaca nossa capacidade de liderar em termos de práticas sustentáveis”, explica o presidente da Asumas, Milton Bigatão. “Esse não será um daqueles programas que vem para avaliar ou punir o produtor. Vem para reconhecer e ressaltar que grande parte das práticas sustentáveis, já são implementadas pelos suinocultores de Mato Grosso do Sul. O Programa não apenas certifica esses esforços, mas também pode inspirar outras regiões do país a seguir nosso exemplo”, completa o presidente.
Ações
Para o desenvolvimento do Programa, a Asumas contou com a contribuição direta da Embrapa Agropecuária Oeste, e todo os princípios foram alinhados com a Semadesc, Sistema Famasul, Universidade da Grande Dourados, e instituições do Sistema S, como Senar/MS, Senai e Sebrae.
O PAS foi estruturado em seis eixos temáticos: energético, biosseguridade, agrícola, agregação de valor, ambiental, social e econômico, comunicação empresarial e transferência de tecnologia.
No primeiro eixo temático, o energético, a finalidade do Programa é maximizar a produção de variadas formas de energia, seja a partir dos dejetos gerados na atividade suinícola ou a partir do uso das instalações, com ênfase na produção de biogás e purificação. Já no segundo eixo, referente à biosseguridade, a meta é atualizar os protocolos e ampliar a adesão. O terceiro, o eixo agrícola, busca otimizar o uso de dejetos suínos como fertilizante para diferentes culturas agrícolas. Enquanto o quarto item, relacionado à agregação de valor, diz respeito à intenção de monetizar subprodutos da atividade suinícola como via produção de fertilizantes especiais, comercialização de energia e de créditos no mercado de carbono.
O quinto item, considerado transversal a todos os demais, por estar ligado ao ambiental, econômico e social, buscará avaliar o desempenho desses itens na propriedade, por meio de métricas reconhecidas cientificamente. Também transversal, o último item é o da comunicação empresarial e transferência de tecnologias, que preza por divulgar o PAS e suas atividades, além de realizar as transferências de tecnologias e preparar documentos que forneçam subsídios para políticas públicas.
Rosana Siqueira, com informações da Asumas
Fotos – Mairinco de Pauda