Crimes de lesão dolosa contra a comunidade LGBTQIA+ também aumentou no Estado, 47%
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (20), apontam que o índice de racismo por homofobia ou transfobia aumentou 112.5%, de 2021 a 2022, em Mato Grosso do Sul. O relatório também traz índices de racismo e injúria racial. No primeiro, a taxa ficou 50% a mais em 2022 do que no ano anterior.
O Estado está entre os três maiores índices do Brasil na tipificação injúria, em 2022 e entre os oito com maior percentual de variação no período analisado. Em 2021 foram 11,3 contra 17,0 em 2022.
O relatório aborda a dificuldade das vítimas em denunciar os crimes e a hostilização sofrida nas delegacias do país.
“Ter de convencer um policial de que se sofreu um crime que, aos olhos dele é legítimo, razoável, cabível. O resultado dessa assimetria é a subnotificação: vítimas que chegam às delegacias e são incentivadas e convencidas a desistir de registrar boletim de ocorrência ou têm seu caso de racismo ou injúria racial tipificados como crimes menos graves, como injúria simples”, diz o texto.
Sobre os crimes sofridos contra a comunidade LGBTQIA+ o Estado registrou aumento de 47% nas subnotificações de lesão dolosa, saltando da taxa 19 para 28, em 2022. Já os homicídios dolosos, quando há a intenção de matar, Mato Grosso do Sul teve queda de 8 para 5 registros. Os casos de estupro também aparecem no documento, foram 11 em ambos os anos.
Brasil – No país os registros de racismo saltaram de 1.464 casos em 2021, para 2.458, em 2022, alta de 67% em relação ao ano anterior. Já os de injúria racial também cresceram. Em 2021 foram 10.814 casos e, em 2022, 10.990, 32,3% superior a de 2021.
Já o crime de racismo por homofobia ou transfobia o país teve 488 casos registrados em 2022 , contra 326, em 2021.
“Quanto aos dados referentes a LGBTQIA+ vítimas de lesão corporal, homicídio e estupro, seguimos com a altíssima subnotificação. Como de costume, o Estado demonstra-se não incapaz, porque possui capacidade administrativa e recursos humanos para tanto, mas desinteressado em endereçar e solucionar”, consta no documento
- Fonte: Campo Grande News