O servidor público, de 20 anos, apontado como causador do acidente que terminou com a morte de Nicholas Yann dos Santos de Jesus, de 20 anos, durante um evento ilegal de ‘randandandan’ no Autódromo Internacional de Campo Grande, já foi flagrado em outra oportunidade realizando manobras perigosas. Em março do 2022, ele foi abordado pela Polícia Militar na MS-080, na região de Corguinho.
Segundo apurado pela reportagem, naquela oportunidade, no dia 6 de março, a polícia havia recebido informações anônimas de que um grupo de motociclistas estavam realizando diversas manobras perigosas, como zerinho e empinando as motocicletas. A ‘algazarra’ acontecia na rodovia, na saída de Corguinho no sentido para Rio Negro.
A equipe da Polícia Militar, munida de militares tanto de Corguinho, como de Rochedo, foram em direção ao local e constataram que a denúncia era verdadeira e encontraram vários indivíduos praticando manobras perigosas. Durante a tentativa de abordagem, alguns motociclistas conseguiram fugir do local.
Mas algumas testemunhas e pilotos, como o servidor público, foram abordados e várias motocicletas estavam com documentação atrasada e foi necessário realizar procedimentos administrativos, bem como confecções de autos de infração que seriam encaminhados para o Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito).
O caso, na época, foi registrado como participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística na autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco a incolumidade pública ou privada.
Morte no autódromo
O servidor público foi preso assim que deixava uma unidade hospitalar, após receber tratamento médico devido ao acidente no evento que acontecia no autódromo. Segundo informado pelo delegado Felipe Alvarez Madeira, plantonista da Depac Cepol, e que atendeu o caso, o jovem realizava manobras perigosas quando invadiu a pista e atingiu Nicholas, que estava em outra motocicleta.
Durante seu interrogatório, o suspeito afirmou que estava de capacete e Nicholas estava sem, alegando que a vítima é quem teria invadido a pista dele. “Analisamos o local minuciosamente, analisamos junto da perícia, analisamos o corpo, a única lesão no corpo era de forma de meia-lua, bastante profunda na testa do indivíduo. Então todos os danos provocados no veículo da vítima [Nicholas], indica que ele foi atingido de cima para baixo pela moto do suspeito”.
Por conta dessa análise, contando diretamente com a opinião da perícia, o suspeito foi autuado em flagrante pelo crime de homicídio doloso. Madeira também ressaltou que o organizador tem culpa nesse acidente, por agir em dolo eventual, “agindo um grau acima da culpa”.
O organizador também deverá ser responsabilizado no que tange o fato de nenhuma pessoa responsável estava no local, além de possivelmente, haver uma ordem para a descaracterização da cena.
