Receio por novos conflitos entre fazendeiros e indígenas gera tensão em Douradina

A tensão tomou conta da região de Douradina, a 200 quilômetros de Campo Grande, onde o receio é por conta de novos atritos envolvendo indígenas Guarani e Kaiowá e fazendeiros e jagunços de propriedades rurais. No último acontecimento, registrado entre sábado (3) e domingo (4), o saldo ficou para três indígenas hospitalizados.

O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) divulgou que os três feridos, sendo dois adolescentes, de 16 e 17 anos, e um rapaz, de 20 anos, foram feridos a tiros com disparos que atingiram a cabeça, pescoço e até as nádegas. Em outro momento, houve também feridos por bala de borracha que elevou o número.

A Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) mobilizou o pronto atendimento e precisou de apoio do Corpo de Bombeiros com ambulância para deslocar a Dourados os feridos com mais gravidade. Após os embates que ocorreram em áreas rurais, a Força Nacional retornou para o local do conflito.

“Há um total de sete retomadas na Terra Indígena. As duas últimas, Guaaroka e Yvy Ajere, contíguas e feitas a partir do último dia 13 de julho, concentravam a atenção ruralista antagonista à presença dos Guarani e Kaiowá”, diz trecho da nota divulgada pelo Cimi.

No ataque considerado mais feroz dos grupos armados, durante o sábado (3), foram dez indígenas feridos, incluindo uma idosa que estão na região da Terra Indígena Lagoa Panambi, em Douradina.

O último ataque aconteceu durante o domingo, principalmente no acampamento Esperança, onde vivem cerca de 300 famílias, em Dourados, a poucos quilômetros de Douradina. O espaço foi atacado por um grupo armado e incendiado.

Em nota divulgada também durante o domingo, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania diz acompanhar a escalada de violência contra comunidades indígenas Guarani Kaiowá no estado.

O coordenador-geral do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas chegou ao Mato Grosso do Sul ainda no domingo (4) para se juntar à equipe coordenada pelo Ministério dos Povos Indígenas. O MDHC disse estar em tratativas com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para aprimorar o uso da Força Nacional no controle de conflitos, proteção e defesa da vida de pessoas atingidas e respeito aos direitos humanos dos povos indígenas.



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