Sem vaga de CTI pediátrico pai desabafa sobre rotina: ‘Desde que foi internado a gente não vive’

 

Sem vaga de CTI, os pais de Endrick, de apenas 2 meses, pedem ajuda para o bebê internado em estado grave na Santa Casa de Campo Grande. O menino está há mais de uma semana no hospital a espera de leito.

Segundo o pai, Edilson Márcio Cabral, o filho deu entrada na Santa Casa, na última quinta-feira (5), após ser diagnosticado com uma bronquiolite. Até então, ele estava em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), mas conseguiu vaga na área vermelha da Santa Casa devido ao estado de saúde. Desde então, ele espera há mais de uma semana por uma vaga na CTI (Centro de Terapia Intensiva) pediátrico.

“Desde o dia que ele foi internado a gente não vive. Vivemos aqui na Santa Casa. Chego cedo, vou embora só no final da última visita. Tive que abandonar o serviço, tive que largar tudo e o problema é essa falta de informação”, relata Edilson.

O pai explica que o hospital alega que todos as vagas no CTI estão lotadas, no entanto, a família não aceita a falta de ação. “Duas crianças que estavam ao lado dele já subiram para o CTI. Já faz uma semana. Tinha que ter um jeito do meu filho subir”, diz.

Enquanto aguarda a vaga, a família relata que Endrick só vem piorando. Durante internação, ele contraiu uma pneumonia, controlada com antibióticos.

Eles também denunciam alguns erros médicos durante tratamento. Segundo Edilson, o bebê teve o pulmão perfurado após um erro da equipe do hospital. A situação foi mal explicada e, nesta quinta-feira (13), a família foi avisada que Endrick precisará de uma transfusão de sangue.

Primeiro a médica alegou uma pneumonia. Ela disse que mandaram muito ar para os pulmões dele e perfurou o pulmão do meu filho. Agora, ele está com um dreno na lateral do pulmão. Nesta quinta a noite, ao chegar em casa, me ligaram pedindo transfusão de sangue. Voltamos correndo, doamos sangue e não nos informaram o motivo.

A família também reclama que, quando há informações, há sempre divergências, pois Endrick recebe apoio de vários médicos, com cada um relatando algo diferente. Os pais se dizem indignados com a falta de um médico específico e afirmam que nunca sabem exatamente o que está ocorrendo.

“Não tem um médico específico, essa é a minha indignação, eu não sei quem que está atendendo meu filho. Toda hora muda de médico, um fala uma coisa, outro fala outra coisa e não tem uma conversa, uma informação clara. Eles não conversam com a gente”, denuncia o pai.

Na espera angustiante por vaga, Edilson afirma que outras crianças na mesma situação faleceram na espera. Ele teme que o mesmo ocorra com Endrick.

“Meu filho precisa urgentemente de uma vaga no CTI e não consegue. Ontem faleceu uma criança do lado do meu filho precisando de vaga no CTI e não tem. Não abrem vaga e não acha outro hospital para mandar. Nós estamos aqui, na luta, e ninguém fala nada. Todo mundo é super grosso. Fala com o assistente e não nos dão ouvidos, ninguém dá ouvidos. Toda semana, todos os dias, acontece alguma coisa. Só podemos ver ele na hora da visita, porém, acontece algum incidente e eles não nos deixam entrar. Nada é explicado”, finaliza desesperado.

A reportagem entrou em contato com o hospital a respeito do relato do casal.

Em resposta, a Santa Casa informa que está conduzindo uma avaliação detalhada do caso em questão e afirma que o tratamento oferecido segue rigorosamente as mais avançadas técnicas e protocolos médicos disponíveis.

“Conforme as normas vigentes, pacientes em estado crítico são atendidos sem a presença de acompanhantes, visando a máxima eficiência dos cuidados intensivos. No entanto, garantimos a transparência e o acesso à informação por meio de boletins informativos e horários de visita estabelecidos. Familiares interessados em receber atualizações regulares podem realizar o cadastro junto ao Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) da instituição”, diz trecho da nota.

A Santa Casa ainda destaca que enfrenta atualmente um desafio em relação à superlotação dos serviços, tanto na ala adulta quanto na pediátrica. “Este cenário demanda a necessidade urgente de expansão da capacidade, incluindo a abertura de novos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva)”, explica o hospital.

Em relação às demais alegações feitas pelos pais, a administração da Santa Casa afirma ter iniciado um processo de avaliação interna para investigar e tomar as medidas cabíveis.

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