Fronteira com Mato Grosso do Sul, a Bolívia vem enfrentando um surto de coqueluche, doença imunoprevenível e de fácil contágio. Com três casos confirmados da doença no estado, a Prefeitura de Campo Grande alerta sobre a necessidade de manter a caderneta de vacinação das crianças atualizadas, uma vez que essa é a principal forma de prevenção à doença, que já resultou em óbitos no país vizinho.
Nos últimos anos o município tem registrado uma queda significativa da cobertura vacinal, dentre as doses que têm apresentado redução nas aplicações, está a pentavalente, que protege contra a coqueluche, difteria, tétano, hepatite B e haemophilus influenza B.
O imunizante foi aplicado em apenas 79,53% do público-alvo em 2022, enquanto a recomendação do Ministério da Saúde é de 95% de cobertura. Até o momento, em 2023, somente cerca de 30% da população que deveria receber a dose foi vacinada.
“Não temos nenhum caso confirmado da doença em Campo Grande desde 2021, mas cidades próximas, como Água Clara, já tiveram registros neste ano, o que significa há chances significativas dessa bactéria circular aqui também”, explica a superintendente de vigilância em saúde, Veruska Lahdo.
Ela ainda reforça que a transmissão acontece através da tosse, espirro ou até mesmo da fala do indivíduo contaminado. “A coqueluche também é conhecida como ‘tosse comprida’, por esse ser o principal sintoma”, completa.
A vacina pentavalente está disponível em todas as unidades de saúde da Capital e é aplicada as 2, 4 e 6 meses de idade. Outro imunizante que tem o objetivo de evitar a transmissão da bactéria é a DTP, que é um reforço ao anterior, e é ministrada aos 15 meses e 4 anos de idade.
Gestantes também devem receber uma dose extra de proteção contra a doença, através da vacina dTpa, que é ministrada a partir da 20ª semana de gestação ou, no caso daquelas que estão no puerpério e não receberam a dose, o mais brevemente possível.
O que é a Coqueluche?
A coqueluche é uma doença infecciosa aguda provocada pela bactéria Bordetella pertussis, que compromete o aparelho respiratório e tem como principal característica a tosse seca e paróxistica, que perdura por um longo período.
Em Campo Grande, neste ano já foram notificados nove casos suspeitos da doença, todos descartados até o momento. Em 2020, ano do último registro de caso confirmado, foram nove casos suspeitos, sendo dois deles confirmados.
Podem ser considerados casos suspeitos as crianças com menos de seis meses que apresente tosse há pelo menos dez dias associadas a outros sintomas como tosse súbita incontrolável, tossidas rápidas e curtas, em uma única respiração, guincho inspiratório, vômitos pós-tosse, cianose, falta de ar ou engasgos.
Crianças com seis meses ou mais também são consideradas suspeitas quando, associadas aos mesmos sintomas, a tosse se prolonga há pelo menos 14 dias, ou que apresente tosse e tenha tido contato com caso positivo comprovado laboratorialmente.