Trabalhadores apontam problemas com dívidas no início de ano e especialista dá dicas

Começar o ano no azul pode ser um desafio para muitos, mesmo com o pagamento do 13° salário em dezembro, os últimos meses do ano podem ser aqueles que mais fazemos contas, por isso é essencial preparar “os bolsos” no início do ano.

Layezer Morano de 31 anos, sempre trabalhou com concerto e venda de celulares e adora jogos, decidiu começar agora um curso de análise e desenvolvimento de sistemas, mas para iniciar, teve que quitar todas as contas atrasadas da moto, ficando “zerado”. “Eu quero investir no meu futuro, e agora não posso gastar nada, só pagar meu curso já vai me deixar bem liso pelos próximos anos”, comentou o vendedor.

Enquanto isso, Mara Elias Rocha de 28 anos, decidiu fazer a festa de aniversário dos sonhos para a filha que fez 9 anos no final de novembro, a comemoração passou dos R$ 5 mil. “O que me importa é a felicidade dela, mas ai a gente descobre que felicidade tem preço sim, tem preço e fatura”, brincou a nail design

Além da filha mais velha, Mara tem uma bebê de 1 ano, e conta que tem apenas ajuda financeira da mãe em algumas ocasiões. “A gente vai ter que apertar o cinto e trabalhar dobrado”, concluiu.

No entanto, é possível evitar que as dívidas se acumulem. Para isso, é necessário um planejamento cuidadoso e disciplina financeira. O professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) e especialista em Administração Financeira e Finanças Pessoais, Márcio Wu, separou algumas dicas práticas para quem pretende colocar as finanças pessoais em dia.

Antes de poupar, pague dívidas
Poupar não é um costume do brasileiro, mas a chegada da Covid-19 trouxe para muitas pessoas a percepção da importância de se manter fundo de reserva que possa ser utilizado em momentos como este. Antes de pensar em guardar dinheiro em poupança ou investir, porém, pague as suas dívidas. “Nenhum rendimento é maior do que as taxas de cartão de crédito ou do cheque especial”, diz Wu.
 

Identifique seu orçamento
Segundo pesquisas, o Brasil tem 66% da população endividada. O ponto de partida para sair da condição de devedor para se tornar um poupador é diagnosticar entradas e saídas. A maioria das pessoas não tem ideia de como gastam o dinheiro. “A primeira coisa é entender de onde vem o seu dinheiro e para onde ele vai. Faça um detalhamento e diagnóstico dos seus gastos pessoais ou familiares”.
 

Identifique o vazamento
Se você não tem ideia do que ou como gasta, é importante fazer um controle rígido por dois ou três meses para compreender para onde seu dinheiro ‘está vazando’. “Somos naturalmente desleixados, principalmente com os pequenos gastos. Itens comprados por impulso no supermercado, onde há muitas miudezas, são um exemplo claro. Uma coisa aqui e outra acolá, somados, esses pequenos gastos de que você não se dá conta vão te assustar. Muitas vezes a gente desconsidera pequenas despesas do dia a dia, mas no final do mês elas fazem muito estrago”.

Planilhas, aplicativos ou sites ajudam nisso. Vale até a velha caderneta de anotações. O exercício é simples: para saber para onde vai o dinheiro, comprovantes de pagamentos e gastos devem ser lançados ao final do dia ou da semana. Quantas foram as entradas? Quais foram os gastos? Aportes para investimento? As somas das saídas, ao total, devem ser iguais às entradas.
 

Reduza Gastos
Realizado o diagnóstico, fica fácil ver onde e em que você gasta. Comece a poupar aos poucos, sem radicalismo. A ideia é tentar reduzir gastos, sem abrir mão do que é importante para você. Se tem costume de sair com amigos, não corte esse hábito, diminua a frequência. Se vai ao cinema uma vez por semana, passe a ir uma vez a cada duas semanas. O que é “supérfluo” varia de pessoa para pessoa e do perfil de consumo de cada um. “Planos financeiros rígidos, assim como dietas alimentares, costumam fracassar”.
 

Finja que ganha menos
Outra forma de economizar seria semelhante à estratégia adotada por previdências privadas. No momento em que recebe o salário, um percentual é sacado da conta, 10% ou 20%, para formar poupança ou para realizar um sonho. “Finja ganhar menos do que ganha. Aprenda a viver com menos”.
 

Crie hábitos antes da rentabilidade
Para quem nunca poupou ou nunca investiu, mais importante que buscar rentabilidade é criar o hábito de poupar. Se já tem o hábito, pense em como vai investir os recursos. “É importante ter em mente qual o seu perfil de risco, se é conservador, agressivo ou moderado”.

Para quem tem pouco recurso e está começando a investir, títulos públicos são um bom ponto de partida. Além dos títulos, outras opções interessantes são CDBs, LC, LCI, LCA, emitidos por bancos e financeiras de médio porte, com risco maior e segurança do Fundo Garantido de Crédito, com taxas bastante atrativas.

Para pessoas que querem fazer uma alocação melhor para os recursos, outra possibilidade são fundos de investimento, ETFs, fundos de índice. São fundos negociados em bolsa como ações.

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