Uso de telas tem sido cada vez mais comum entre crianças; saiba o limite

O uso de mídias por crianças na primeira infância está cada vez mais habitual. As telas, que antes eram restritas apenas a televisão, evoluíram para computadores, vídeo games, celulares e tablets.

Segundo a psicóloga Mary Lúcia Sargi do Nascimento, as redes sociais fazem parte do dia a dia de todos, inclusive das crianças, mas é importante que o acesso as redes sigam as recomendações, em especial de faixa etária, da própria rede social. 

“Quando adequada ao uso de crianças, que o acesso seja monitorado pelos pais, que os responsáveis pela criança estejam sempre atentos ao conteúdo consumido, e que habilitem as restrições de idade, que é uma ferramenta que auxilia esse monitoramento, e que este acesso seja limitado”, pontua.

As tecnologias de comunicação, incluindo a Internet, acabaram se tornando parte da essência da vida moderna e desempenham um papel no desenvolvimento educacional e social das crianças. 

A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), é que para bebês menores de 18 meses não seja incluído telas, para bebês de 18 a 24 meses, seja apresentado programas com alta qualidade e que um adulto assista com a criança. Já para idade de 2 a 5 anos, o tempo de tela é limitado a uma hora por dia. E para crianças entre 6 e 10 anos, a recomendação é entre uma a duas horas por dia, e que seja supervisionada pelos pais. 

Algumas crianças e adolescentes utilizam as redes sociais para exercitar sua autonomia e criatividade enquanto dialogam com o mundo, elas são encorajadas a dar opinião, divulgar trabalhos, e expressar seus gostos.

“Minha filha tem 4 anos e já fala bastante coisa. Quando ela começou a estudar, veio a pandemia. Como ficamos em casa acabou que comprei um tablet para ela. Até ela voltar para a creche, ela assistia desenhos de letras, números e formas, e hoje ela sabe mais que os colegas de sala”, explica Maria Antunes, mãe da Clara. 

Maria explica que apesar de ter sido muito criticada por ter dado um tablet para sua filha, ainda quando era bebê, Clara tinha limites, e não passava o tempo todo nas telas. “Ela ficava no máximo duas horas por dia, e eu creio que isso não tenha interferido em nada na vida dela. Hoje ela é uma das melhores alunas da sala”, conclui.

Já Marly Charão Teodoro Esteves, mãe de duas meninas (Laís e Lara), teve uma atitude diferente. Antes mesmo de sua filha mais velha nascer, ela decidiu que não seria uma criação com telas. 

“Bem antes da nossa primeira filha nascer, antes mesmo de eu ficar grávida, comecei a estudar sobre bebês, crianças, criação de filhos, maternidade. Sobre o que seria ou não recomendado pra cada fase. Então, depois de muito estudar, pesquisar, refletir, comparar, conversar, eu e meu marido tomamos várias decisões em relação a como seria a criação da nossa filha Laís, e a escolha pela educação zero telas foi uma delas”, lembra. 

Hoje Laís tem 4 anos e sua irmã Lara tem 1. Segundo Marly, há muita diferença no desenvolvimento cognitivo e comportamental de suas filhas, em relação às crianças da mesma idade que são expostas a telas.

“A criança que não vê telas, via de regra, fala mais rápido, é mais sociável, olha nos olhos das pessoas, aprende a se virar sozinha mais rápido, tem interesse por diversos temas, conversa sobre inúmeros assuntos, tem uma linguagem bem mais vasta e fala de forma correta, é muito curiosa com as coisas à sua volta, com a vida ao vivo. Ela observa atentamente o que se passa ao seu redor”, exemplifica. 

Males para saúde

Segundo Mary Nascimento, o uso em excesso de redes sociais e suas consequências vem sendo estudado pelas ciências sociais, psicologia, medicina e em muitas outras áreas do conhecimento. 
Ela ressalta ainda que o uso das redes sociais de forma precoce e sem supervisão dos responsáveis pode acarretar diversos malefícios, entre eles a dependência digital, que já é um diagnóstico no CID-11. 

E também problemas relacionados à autoimagem e insatisfação corporal que pode em casos extremos resultar em transtornos alimentares tais como bulimia e anorexia; comportamento sedentário que pode causar problemas com a pressão arterial e obesidade; além de que favorece práticas como bullying e cyberbullying; facilita o acesso a conteúdos impróprios de violência, preconceito e abusos; promove riscos a sexualidade (estupro virtual, abuso sexual, extorsão por conteúdo sexual.), entre outros. 

“Por tanto, ainda que no mundo atual as redes sociais sejam parte do dia a dia, é essencial que o acesso de crianças seja limitado e supervisionado por seus responsáveis”, finaliza a psicóloga.
 



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