Videogame virou esporte olímpico

O anúncio dos primeiros Jogos Olímpicos de e-Sports em 2025 é um marco histórico tanto para os esportes eletrônicos quanto para o movimento olímpico. Este evento promete trazer uma nova dimensão aos Jogos Olímpicos, integrando uma forma moderna e extremamente popular de competição ao lado dos esportes tradicionais.

Os esportes eletrônicos têm experimentado um crescimento explosivo na última década, principalmente após a pandemia. Com milhões de jogadores e espectadores ao redor do mundo, os e-Sports se tornaram um fenômeno cultural e econômico. A inclusão dos e-Sports nos Jogos Olímpicos é um reconhecimento desse crescimento e uma tentativa de modernizar e atrair uma audiência mais jovem para o evento. Além disso, a iniciativa ajudará a quebrar preconceitos, mudando a percepção de que e-Sports não é esporte e aumentando sua aceitação cultural.

A escolha do primeiro parceiro e país-sede foi excelente. O Comitê Olímpico Internacional (COI) uniu forças com o Comitê Olímpico da Arábia Saudita em uma parceria de 12 anos. O país asiático tem investido muito no universo dos e-Sports nos últimos anos e já possui todo o “know-how” sobre as instalações e arenas necessárias para os eventos, além de tecnologia de ponta. Atualmente, a Arábia Saudita está promovendo a Copa do Mundo de e-Sports (EWC, na sigla em inglês) com times de todo o mundo e uma premiação de US$ 60 milhões.

Com apenas um ano para a preparação, enfrentaremos desafios significativos, começando pela seleção dos jogos que serão incluídos na competição olímpica. Existem inúmeros títulos de e-Sports, cada um com sua própria comunidade de jogadores e fãs. A escolha dos jogos precisará considerar a popularidade, a acessibilidade e a representatividade global.

Outro grande desafio será a escolha dos jogadores. Garantir que os melhores atletas representem seus países é essencial, mas também traz o benefício de os jogadores de e-Sports saberem que poderão fazer parte das equipes nacionais. Isso pode incentivar ainda mais o cenário competitivo, motivando jovens talentos a se dedicarem e sonharem com uma carreira nos esportes eletrônicos.

A regulamentação e a integridade competitiva são também preocupações importantes. Diferentemente dos esportes tradicionais, em que as regras já são conhecidas e amplamente aceitas, os e-Sports estão em constante evolução. Será necessário desenvolver um conjunto claro de regras e regulamentos para garantir o fair play e prevenir comportamentos antiéticos.

A aproximação entre os esportes tradicionais e os eletrônicos é uma oportunidade fantástica para ambos os mundos aprenderem e crescerem juntos. Será um evento histórico que não apenas elevará o patamar dos e-Sports, mas também atrairá a atenção da mídia e de marcas patrocinadoras para esse universo.

Estou ansiosa para ver o impacto para o cenário dos e-Sports e para o movimento olímpico como um todo. E, claro, quero ver os jogadores do MIBR representando o Brasil já na primeira edição em 2025.

Roberta Coelho é CEO da equipe de e-Sports MIBR e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

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