A WNBA está investigando a legalidade do patrocínio anunciado pelo Las Vegas Aces de US$ 100 mil para cada uma de suas atletas. O valor será pago pela Autoridade de Convenções e Visitantes, autarquia pública do estado de Nevada, levantou questionamentos sobre uma possível violação indireta ao teto salarial da liga.
De acordo com a CBS News, um porta-voz da WNBA confirmou que a investigação foi aberta. Por ser um patrocínio direto às atletas, a quantia não está ligada ao teto salarial da liga. Ainda assim, outras equipes podem ter levantado questionamentos sobre a justiça desse investimento.
“Fizemos isso da maneira certa. Fizemos algo que achamos que funciona para Las Vegas e acho ótimo para os jogadores. Fizemos isso sem o time. Foi ideia nossa e qualquer pergunta que eles fizerem, eles descobrirão”, defendeu Steve Hill, presidente e CEO da Autoridade de Convenções e Visitantes de Las Vegas, em entrevista à agência Associated Press no sábado (18).
“Temos 100 influenciadores que pagamos para representar Las Vegas. Isso não é diferente. Todas essas mulheres são completamente elegíveis para patrocínios. Estamos apenas pedindo a elas que representem Vegas”, completou.
Em suas redes sociais, a autarquia chegou a compartilhar um vídeo de Steve Hill dando a notícia do patrocínio às jogadoras do Las Vegas Aces.
Diferente do que acontece NBA, a liga norte-americana masculina de basquete, os salários na WNBA não alcançam sequer os seis dígitos. No Las Vegas Aces, atual bicampeão da competição, as jogadoras mais bem pagas, A’ja Wilson e Kelsey Plum, recebem US$ 200 mil por ano, segundo o site especializado Sportrac.
Com isso, o patrocínio de US$ 100 mil anuais representa um aumento significativo nos ganhos das atletas. O valor chega a ser maior do que o salário recebido por seis jogadores do Las Vegas Aces.
“Eles estão investindo em nós. Por isso, colocam seu dinheiro onde estão. Fizemos muito pela cidade e nos divertimos fazendo isso. Foi um grande momento para mim e minhas companheiras de equipe, de alguém realmente investindo, dizendo que está apoiando e que quer nos apoiar”, disse a armadora Chelsea Gray, que recebe cerca de US$ 196 mil por ano.
Histórico
O conflito por conta do patrocínio não é o primeiro entre a equipe e a WNBA. No ano passado, a liga puniu o Las Vegas Aces com a retirada de uma escolha de primeira rodada no draft de 2025 pela violação nas regras de benfícios inadmissíveis às jogadoras.
No mesmo caso, a técnica Becky Hammon foi suspensa por dois jogos por violar as políticas da liga de respeito no local de trabalho. Hammon teria comunicado à direção do Las Vegas Aces sobre a gravidez de Dearica Hamby, que tinha acabado de renovar contrato com a equipe. Sem clima no time de Nevada, a ala acabou se transferindo para o Los Angeles Sparks.